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Publicado em: 10/04/2014

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FMI APONTA - Empresas brasileiras são mais vulneráveis

10/04/2014.

Em relatório sobre a estabilidade financeira global, o FMI fez análise de sensibilidade em 15 economias emergentes

Washington. As empresas brasileiras estão entre as mais vulneráveis do mundo emergente quanto ao seu endividamento em um possível cenário de menor fluxo de capitais rumo aos emergentes e de encarecimento do crédito, segundo um estudo divulgado ontem pelo FMI.

Em um relatório sobre a estabilidade financeira global, os técnicos do FMI fizeram uma "análise de sensibilidade" em 15 economias emergentes.

Teste

O teste especula o que aconteceria, em pequenas e grandes empresas desses países, se houvesse uma combinação de aumento de 25% dos custos de crédito e uma redução de 25% nas receitas, quantas empresas seriam consideradas "frágeis" e seus níveis de endividamento. Os quatro países que teriam o maior número de empresas fragilizadas com essa combinação de crédito caro e menor receita são, pela ordem, Argentina, Turquia, Índia e Brasil -neles, metade das empresas, a partir da amostra pesquisada, teriam grandes dificuldades. Pelo estudo, uma empresa "frágil" é aquela em que a razão entre o Ebitda (lucros antes de impostos, juros, amortizações e depreciação, da sigla em inglês) e o pagamento de juros é menor que dois.

Ou seja, a geração de recursos não consegue chegar a duas vezes o dinheiro que precisa pagar os juros da dívida. O calculado cenário adverso, segundo o relatório, é comum a "outros choques sofridos pelos países emergentes na última década".

Dívida

Em outros testes do FMI, outros emergentes sofreriam mais impacto pela excessiva dívida em moedas estrangeiras, principalmente o dólar (Índia, Indonésia e Turquia), e endividamento interno (China, Hungria e Rússia). O relatório também inclui o Brasil entre os países com "vulnerabilidades financeiras externas ou macroeconômicas", junto com Indonésia, África do Sul e Turquia. O estudo do Fundo aponta, entretanto, que se o crescimento econômico for menor que o previsto e várias empresas não conseguirem honrar seus pagamentos, os bancos da América Latina estão entre os mais robustos a razão entre empréstimos para depósitos na região está entre as mais altas dos emergentes.

Os testes têm como pano de fundo a mudança da política de estímulo da economia americana, que desde a crise de 2008 imprimiu bilhões de dólares mensalmente.

Fonte: Diário Online (Jornal Diário do Nordeste)