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Publicado em: 23/10/2015

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Sonegação de impostos chega a R$ 420 bilhões no Brasil em 2015

Valor que deixa de ser arrecadado pelo governo é 13 vezes maior do que a criação da CPMF renderia aos cofres públicos, estima Sindicato dos Procuradores da Fazenda

SÃO PAULO - A sonegação de impostos no Brasil já atingiu a cifra de R$ 420 bilhões até agora em 2015. A estimativa é do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz), que instala nesta quinta-feira, 22, um painel em São Paulo que mostra esses números.

A estimativa revela que a sonegação cresce anualmente. Em todo o ano de 2013, foram sonegados R$ 415 bilhões, quase o mesmo valor estimado até agora. Em 2014, o painel da sonegação fiscal, o Sonegômetro, registrou R$ 501 bilhões.

Na avaliação do Sinprofaz, um maior esforço para combater a sonegação ajudaria a resolver o impasse fiscal vivido no País e atenuaria as medidas de ajuste das contas públicas.

"Se analisarmos os números trazidos pelo painel da sonegação, verificamos como é injusta e desnecessária toda essa recessão imposta à população", disse, em nota, o presidente do Sinprofaz, Achilles Frias.

Com o valor sonegado somente neste ano, o governo poderia arrecadar mais de 13 vezes o que pretende com a CPMF. A equipe econômica estima que a volta do imposto irá gerar uma receita extra de R$ 32 bilhões aos cofres públicos. Também seria possível pagar várias vezes o custo das "pedaladas fiscais" de 2014, estimadas em R$ 40 bilhões pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Além disso, o valor é muito superior ao rombo nas contas públicas que o governo prevê para 2015. É esperado que a equipe econômica anuncie ainda nesta semana um déficit de pelo menos R$ 50 bilhões para eeste ano.

O comunicado do Sinprofaz lembra ainda a divulgação, na semana passada, pelo Ministério da Fazenda de uma lista com as 500 empresas que mais devem à União, lembrando que essas dívidas somam mais de R$ 392 bilhões.

"Existem 3,5 milhões de grandes devedores, sendo que apenas 500 desses respondem por quase 40% da dívida. Esse é um dado alarmante", disse Frias.

O estudo leva em conta a média dos tributos que têm maior relevância para a arrecadação (ICMS, Imposto de Renda e contribuições previdenciárias), além de dados históricos do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e comparações estatísticas com diversos modelos internacionais.

Fonte: O Estado de S. Paulo