Projeção para a Selic em 2015 sobe de 12% para 12,50% , aponta Focus
SÃO PAULO - Os analistas de mercado veem uma inflação mais pressionada em 2015, a despeito de terem elevado suas apostas para o juro básico da economia, de acordo com o boletum Focus, do Banco Central. Ao mesmo tempo, esses analistas reduziram a estimativa para a inflação deste ano após o resultado de novembro ter vindo abaixo do esperado.
A mediana das estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2015 subiu de 6,49% para 6,50%, enquanto a projeção de 12 meses saiu de 6,57% para 6,63%. Já a aposta para a Selic saiu de 12% para 12,50% ao ano no período. Essa elevação ocorrer após o Comitê de Política Monetária (Copom) ter acelerado a alta do juro ao elevar a taxa em 0,50 ponto para 11,75% em sua última reunião de 2014, na quarta-feira passada.
Para este ano, o Focus mostra um recuo na expectativa de inflação, de 6,43% para 6,38%. Essa descompressão pode estar relacionada ao resultado do IPCA de novembro, que ao subir 0,51% veio abaixo do esperado. Para dezembro, os analistas veem uma aceleração para 0,75%, um percentual que apesar de mais alto seria suficiente para que a inflação encerrasse o ano abaixo do teto da meta, de 6,5%.
A maior pressão inflacionária em 2015 pode ter relação com o câmbio, que os analistas veem em R$ 2,70 ao fim do próximo ano. Na semana passada, eles previam o dólar em R$ 2,67. Para o fim deste ano a estimativa seguiu em R$ 2,55.
Os analistas Top 5, os que mais acertam as previsões, estão menos pessimistas com a inflação em 2015 e reduziram suas estimativas (mediana de médio prazo) para o IPCA, de 6,40% para 6,28%, enquanto mantiveram a projeção para a Selic em 12%, e apesar de verem um câmbio mais pressionado que a média do mercado, em R$ 2,78. Eles também reduziram a estimativa para o IPCA deste ano de 6,51% para 6,28%.
Atividade
O Focus mostra que a expectativa do mercado para a atividade continua se deteriorando. A mediana das estimativas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano caiu pela terceira vez consecutiva, de 0,19% para 0,18%. Para 2015, eles estimam crescimento de 0,73%, ante 0,77% na semana anterior.
Na produção industrial, nova baixa, de recuo de 2,26% para queda de 2,50% neste ano. Para 2015 a projeção melhorou, de alta de 1,13% para 1,23%.
Fonte: Valor Econômico