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Publicado em: 10/03/2015

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POSSIBILIDADE DE ECONOMIA - Remédios mais baratos aliviam aperto no orçamento

Além da pesquisa de preços, o consumidor pode buscar medicamentos em programas do governo

O consumidor tem de estar preparado para poupar dinheiro neste ano, sobretudo porque não há perspectivas de redução dos atuais patamares da inflação e dos juros a curto prazo. E para fugir de preços exorbitantes de remédios, cujos valores devem ser reajustados a partir do próximo mês, é essencial pesquisar em várias farmácias diferentes e adquirir medicamentos em uma das unidades próprias do programa Farmácia Popular ou em estabelecimentos privados, credenciados na rede Aqui Tem Farmácia Popular. Ambas as iniciativas, do governo federal, oferecem medicamentos gratuitos para o tratamento de asma, diabetes e hipertensão e outros tipos de remédios com descontos de até 90%.

O Diário do Nordeste constatou, por exemplo, que o medicamento Captopril 25 mg, indicado para o tratamento de hipertensão, chega a custar R$ 11,99 (30 comprimidos) no varejo farmacêutico convencional de Fortaleza. Já o Metformina 500 mg, fármaco comumente utilizado para o tratamento do diabetes, não sai por menos de R$ 5,99 (30 comprimidos) em um dos estabelecimentos pesquisados. Entretanto, os dois produtos podem ser adquiridos gratuitamente por meio do programa do governo federal.

Pesquisa

Além desses dois fármacos, a reportagem também comparou os valores de outros oito medicamentos oferecidos pelo programa Farmácia Popular e remédios com os mesmos princípios ativos comercializados nas lojas Pague Menos, Extrafarma, Dose Certa, e Farmácia do Trabalhador do Ceará, no último dia 2, todas elas situadas na Capital.

No caso dessas quatro redes de farmácia, foram obtidos os valores dos produtos fabricados por diferentes laboratórios, levando-se em consideração apenas os menores preços ofertados por cada farmácia.

Exceções

De acordo com a pesquisa, a maioria dos remédios comercializados pelo programa do governo federal está sendo oferecida a preços bem mais compensadores que os do mercado, com poucas exceções. É o caso do Omeprazol 20 mg, que é vendido pelo preço promocional de R$ 5,90, caixa com 56 cápsulas, nas farmácias Dose Certa. Por meio da Farmácia Popular, a caixa com 14 cápsulas do produto sai por R$ 3,25. O presidente do Sindicato do Comércio Varejista dos Produtos Farmacêuticos do Estado do Ceará (Sincofarma/CE), Antônio Félix da Silva, destaca que as grandes variações de preços encontradas entre remédios ofertados pelo varejo, independentemente dos medicamentos vendidos pelo Farmácia Popular, se deve às diferenças de valores praticados por cada fabricante e também depende dos preços negociados entre laboratórios, distribuidores e farmácias. "Os laboratórios podem repassar descontos muito bons aos distribuidores que, consequentemente, chegam aos varejistas e aos consumidores", afirma o presidente do sindicato.

Como adquirir

Para adquirir os medicamentos em uma unidade própria da rede Farmácia Popular ou em estabelecimentos cadastrados pelo governo, o cidadão deve apresentar o documento de identidade, CPF e receita médica dentro do prazo de validade (90 dias).

A receita pode ser emitida tanto por um profissional do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto por um médico que atende em hospitais ou clínicas privadas.

Itens ofertados

O programa disponibiliza, na rede própria de estabelecimentos, 113 itens, entre medicamentos e produtos de saúde, e 25 itens em farmácias privadas.

São remédios para tratamento de doenças como colesterol, osteoporose, doença de Parkinson, glaucoma, além de contraceptivos e fraldas geriátricas.

Quase 600 lojas no CE têm desconto

No Ceará, há cerca de 27 Farmácias Populares e 571 varejistas privados credenciados no programa Aqui tem Farmácia Popular, totalizando 598 estabelecimentos que vendem produtos gratuitos ou com descontos, subsidiados pelo governo federal.

É importante que o consumidor não confunda o programa do governo com as redes Farmácia do Trabalhador do Ceará e Farmácia do Trabalhador do Brasil, estabelecimentos privados do varejo farmacêutico.

De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista dos Produtos Farmacêuticos do Estado do Ceará (Sincofarma/CE), Antônio Félix da Silva, o percentual de farmácias do Ceará que já aderiu ao programa Aqui Tem Farmácia Popular gira em torno de 30%. O representante do sindicato avalia que há uma tendência de expansão do número de lojas credenciadas, a depender da oferta de vagas oferecidas pelo governo para os interessados.

De acordo com Antônio Félix, ainda que as farmácias integradas à rede passem a vender produtos por preços mais baixos e até gratuitamente, a adesão ao programa acaba sendo vantajosa para os varejistas, pois fideliza clientes. "Nós deixamos de ganhar em cima de determinados produtos, mas acabamos ganhando pela venda adicional de outros", explica.

Em Fortaleza

Na capital cearense, existem aproximadamente 192 farmácias privadas que são integradas à rede Aqui Tem Farmácia Popular e três unidades da rede própria Farmácia Popular, situadas nos terminais do Siqueira e da Parangaba e no Centro.

O estabelecimento que fica no Siqueira chega a receber cerca de 200 clientes por dia, segundo conta o farmacêutico da unidade, Diego Raoni.

"As pessoas procuram, principalmente, pelos remédios para diabetes e hipertensão, pois são gratuitos", relata sobre o comportamento da clientela. (MV)

Aumento nos preços será anunciado no fim de março

Se quiser economizar, o consumidor deve antecipar a compra de remédios, que devem ficar mais caros a partir do mês de abril. O Ministério da Saúde irá divulgar o índice do reajuste no dia 31 de março, após a publicação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA). O aumento valerá para todos os medicamentos. Apesar do percentual da alta ainda não ter sido divulgado, o ministério garante que ele será em patamar inferior ao da inflação.

O Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já tinham anunciado no último dia 27 de fevereiro a definição de novos critérios para readequar o índice à realidade do mercado farmacêutico, estimulando a concorrência no setor.

Novas regras

Com as novas regras, as empresas terão de enviar ao governo informações sobre o faturamento e a quantidade vendida a cada seis meses. Atualmente, o prazo é anual. A base de cálculo do reajuste é o IPCA, com três fatores de reajuste.

O de produtividade (Fator X), o relativo a setores que interferem no mercado (Fator Y) e o que reflete a competitividade no medicamento (Fator Z). Quanto maior a concorrência, maior a autorização do reajuste. Com a nova metodologia, foi reduzido o rol de medicamentos sujeitos a maior aumento de preço.

Com a mudança promovida pelo governo, 51,73% dos remédios do mercado terá menor índice de reajuste e 21,57% do total sofrerá maiores altas. O aumento intermediário será concedido para 26,7% dos produtos existentes no mercado.(MV)

Mais informações

Para verificar os remédios oferecidos pelo programa Farmácia Popular e os locais onde os medicamentos são comercializados no Ceará, basta acessar o site do Ministério da Saúde por meio do link http://svmar.Es/1u0jXmY.

Murilo Viana - Repórter

Fonte: Diário do Nordeste