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Publicado em: 25/08/2015

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Inadimplência de empresas supera 11% no NE em julho

O volume de empresas com dívidas atrasadas registrou nova alta no mês passado. A quantidade de empresas inadimplentes apresentou crescimento de 9,57%, em julho deste ano, na comparação com o igual mês de 2014. Trata-se da maior variação anual do indicador desde julho de 2013, quando o resultado registrado foi uma alta de 11,28%. Os números, divulgados ontem, são do indicador calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

Por regiões, o Nordeste subiu 11,52% no volume de empresas que não honraram compromissos financeiros no período anual, seguido pela região Norte (8,9%) e Sul (7,03%). Nessa análise, a região ocupa a terceira colocação no ranking, perdendo para as regiões Sudeste (14,4%), e Centro-Oeste (12,54%). No entanto, o Nordeste é a segunda região do País que concentra a maior parte da inadimplência das empresas, com 19,8%, perdendo, apenas, para o Sudeste (45,41%), enquanto que a região Sul vem em seguida, com 17,12%.

Os economistas do SPC Brasil esclarecem que a posição de destaque do Nordeste no ranking da inadimplência das empresas se explica, em parte, pelo fato de a região ter crescido de modo muito acelerado nos últimos anos, com muitas empresas lidando ainda recentemente com os novos instrumentos de financiamento.

Balanço mensal

No Brasil, já na passagem de junho de 2015 para julho do mesmo ano, sem ajuste sazonal, houve crescimento de 1,78% na quantidade de pessoas jurídicas inadimplentes. Além do aumento no número de empresas inadimplentes, houve também alta da quantidade de dívidas em atraso em nome de pessoas jurídicas: 9,83% a mais em julho deste ano, em relação a julho do ano passado.

Na comparação mensal, o número de empresas com dívidas vencidas mais recentemente – atrasadas no período de até 90 dias – apresentaram crescimento de 11,83%. Na opinião dos economistas do SPC Brasil, o dado demonstra que, nos últimos meses, os empresários brasileiros passaram a enfrentar um cenário mais adverso para o pagamento de suas pendências.

A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, esclarece que a dificuldade dos empresários em manter os compromissos financeiros em dia está relacionada à atual conjuntura econômica de baixo crescimento, quedas da produção industrial, além de inflação e juros em patamares elevados. “O resultado reflete o cenário econômico adverso de menor dinamismo da economia e maior restrição ao crédito, fatores que afetam a capacidade de pagamento tanto das famílias como das empresas”, explica a economista.

Comércio afetado

No mês de julho, todos os ramos da economia apresentaram crescimento no número de empresas inadimplentes. A abertura do indicador por segmento revela que o setor de serviços, composto principalmente por bancos e financeiras, foi o que apresentou maior crescimento: alta de 14,11% na comparação entre julho de 2015 contra igual mês do ano passado.  A segunda maior alta ficou por conta das indústrias (10,24%), seguida pelos comerciantes (8,75%) e também pelas empresas que formam o ramo da agricultura (7,06%).

O setor do comércio concentra sozinho quase a metade (49,38%) do total de empresas devedoras. Dentre os setores credores, ou seja, aqueles que deixaram de receber os valores que lhes são devidos, o segmento de serviços, que engloba bancos e financeiras – instituições responsáveis por conceder empréstimos e linhas de financiamento –, é quem mais se destaca, concentrando 70,58% de todas as dívidas de pessoa jurídica no Brasil.

Os indicadores de inadimplência das empresas brasileiras oferecem um resumo  de todas as informações disponíveis nas bases de dados do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito). A abrangência é nacional, com informações de capitais e interior de todos os 26 estados da Federação, além do Distrito Federal.

Fonte: O Estado do Ceará