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Publicado em: 05/01/2015

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GOVERNO CID GOMES - Estado ampliou gastos com pessoal e investimentos

Os números do Estado referentes aos últimos oito anos, período em que Cid Gomes foi governador, revelam que o gestor reduziu investimentos no início para ampliá-los em seguida e apontam como a inauguração de diferentes equipamentos públicos inflaram as verbas destinadas ao custeio de pessoal. O novo ministro da Educação governou o Ceará com uma receita, de 2007 a 2014, de aproximadamente R$ 113,7 bilhões, enquanto as despesas alcançaram o montante de até R$ 112 bilhões.

Em 2007, no primeiro ano de Cid Gomes à frente do Governo, o valor arrecadado chegou a ser de R$ 8 bilhões, sendo que R$ 4,3 bilhões vieram do pagamento de impostos. As despesas somaram R$ 7,3 bilhões, sendo R$ 3,1 bilhões somente para gastos com pessoal e encargos sociais e R$ 573 milhões em investimentos. Em 2014, o último ano da gestão de Cid Gomes, apesar de ainda não ter os números definitivos, a receita já chegou a R$ 18,9 bilhões, sendo que R$ 9,9 bilhões vieram da restituição de impostos. As despesas alcançaram o patamar R$ 18,8 bilhões.

No ano em que chegou ao Governo do Estado, em 2007, para suceder o ex-governador Lúcio Alcântara, Cid Gomes impôs um choque de gestão, que foi refletido numa redução de 51,03% dos investimentos em comparação ao ano anterior, segundo o relatório técnico do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Em 2006, recursos alocados para investimento foram R$ 1,1 bilhão, despencando para R$ 573 milhões no ano seguinte.

Corte de investimentos

O corte de investimentos no primeiro ano não foi repetido por Cid Gomes no segundo ano da gestão. Em 2008, o montante dos recursos alocados em investimentos voltou a crescer e chegou a R$ 987,3 milhões, superior ao destinado em 2007, com acréscimo de 72,31%.

Já em 2009, o total de recursos destinados para investimento foi ainda maior, 92,61% a mais. O montante alocado foi de R$ 1,8 bilhão e superior ao investido entre 2005 e 2008. O relatório técnico do TCE alertou, porém, que apesar do forte crescimento dos gastos com investimentos em relação ao exercício anterior, o percentual de sua execução em comparação com planejado foi de apenas 44,19%.

O primeiro mandato de Cid Gomes continuou a concentrar esforços para garantir o aumento de investimentos. Em 2010, o total chegou a R$ 2,9 bilhões. De acordo com o TCE, os valores empenhados com investimento neste ano foram superior ao período de 2001 a 2009.

No primeiro ano do segundo mandato, em 2011, Cid ensaiou novo choque de gestão ao reduzir em 26,93% o total destinado à categoria de investimento. Na comparação com 2010, o valor caiu de R$ 2,9 bilhões para R$ 2,4 bilhões. Em 2012, o montante voltou a ser reduzido para R$ 2 bilhões. Somente em 2013 os investimentos voltaram ao patamar crescente, de R$ 2,2 bilhões. No último ano, os recursos somam R$ 3,3 bilhões.

Gastos com pessoal

Já o custo com pessoal avançou a cada ano, transformando-se numa preocupação do Governo. Em 2007, primeiro ano de Cid Gomes, a folha para pagamento de vantagens fixas e outros encargos sociais somava R$ 3,1 bilhões, enquanto a os valores finais do exercício de 2013 revelaram gastos de R$ 8,2 bilhões.

O relatório do TCE referente a 2010 já antecipava que o aumento das despesas com pessoal seria tendência nos dois mandatos do governador Cid Gomes. O documento mostrou à época que, ao longo dos dez anos de análise, entre 2001 e 2010, o menor percentual de despesas com pessoal ocorreu em 2006 (35,49%) e o maior em 2007 (43,11%), no primeiro ano da nova gestão.

Em entrevista ao Diário do Nordeste, Cid Gomes justificou que sua gestão foi responsável por contratar quase um terço do total de servidores públicos. Alegou que o Estado continua distante do limite prudencial.

Fonte: Diário do Nordeste