Fraudes online do Ceará têm maior fatia no NE
O percentual registrado no Estado, no primeiro semestre, ficou acima da média nacional, que foi de 4,10%
Com o avanço da tecnologia e segurança dos sites, os consumidores estão fazendo mais transações pela internet. Entretanto, 7,1% das compras online feitas no Ceará, no primeiro semestre de 2015, foram alvo de tentativas de fraudes. Isso significa que a cada R$ 100,00 movimentados no comércio eletrônico, no período, R$ 7,10 representam uma transação duvidosa.
O índice do Estado é o maior do Nordeste, como mostram os dados da segunda edição do Mapa de Fraude no Brasil, realizado pela ClearSale, empresa especializada em soluções antifraude.
O coordenador de Inteligência Estatística da ClearSale, Henrique Martins, explica que apesar das elevadas taxas de tentativas de fraude, os consumidores não devem temer ao usar o e-commerce. "Atualmente, existem soluções eficientes no mercado para barrar as ações dos fraudadores, e grande parte das lojas virtuais já adota sistemas de prevenção", comenta.
Segurança
Para garantir a segurança dos sites, a maioria das instituições financeiras, como bancos e empresas de cartão de crédito, contrata empresas especializadas na segurança eletrônica.
Segmentos mais afetados
No que diz respeito aos segmentos que mais sofrem a ação dos fraudadores na região Nordeste, o ranking permanece com a telefonia celular em primeiro lugar, com 13,9% das tentativas, seguido de aparelhos e jogos de videogame, com 13%, e produtos de beleza, com 10,7%.
Máquinas e filmadoras (10,6%) e eletroeletrônicos (8,7%) completam a lista dos segmentos mais afetados por tentativas de fraudes na região, em quarto e quinto lugar.
Razões
"Acredita-se que os estados do Nordeste como um todo tenham mais ataques de fraude pela recente alta da oferta de crédito via cartões de crédito e pelo acesso crescente à internet", esclarece Henrique Martins.
Sergipe foi o estado que registrou a menor quantidade de transações duvidosas, com 4,2%, no primeiro semestre de 2015, e 3,3% em igual período de 2014.
Penas
A vice-presidente da Comissão de Direito e Tecnologia da Informação da Ordem dos Advogados do Brasil Secção Ceará (OAB-CE), Larissa de Alencar, explica que existem dois tipos de responsabilização que os fraudadores podem sofrer, a cível e a criminal. "A responsabilização criminal é decorrente de furto mediante fraude, a pena de reclusão varia de dois a oito anos de prisão. Já a responsabilização cível varia de acordo com o prejuízo que a vítima teve com a fraude", afirma.
O âmbito cível também responde pelo prejuízo moral que a vítima sofre. A instituição financeira também pode responder por não ter resguardado o consumidor adequadamente.
A advogada, que também é sócia do escritório Alencar Macedo, alerta que os consumidores devem tomar medidas preventivas. "O consumidor deve ficar atento, não deve dar informações que sejam confidenciais por e-mail, mesmo se o e-mail for do banco, e deve sempre constatar se o site é criptografado, que possui aquele cadeado na barra de navegação", diz.
Brasil
O levantamento da ClearSale mostra também que o Brasil registrou 4,10% de tentativas de fraude no primeiro semestre de 2015, ante 3,60% em igual período de 2014. Já no Nordeste, 5,9% das compras online feitas são referentes à transações duvidosas. A região se torna a menos confiável para compras na internet, atrás apenas do Norte, com 7%. Em terceiro lugar está o Centro-Oeste, com 4,93%.
Fonte: Diário do Nordeste