FAZENDA - Mantega sai com dados negativos
Brasília. Como quase todo ministro da Fazenda, Guido Mantega deixará o cargo em meio a resultados desfavoráveis. Sua saída, entretanto, não é uma reprovação da presidente a seu desempenho. Trata-se de um rearranjo da divisão de poder entre as duas correntes de pensamento que disputam a política econômica da administração.
Depois de três anos e meio de hegemonia, os partidários de mais intervenção estatal são forçados a abrir espaço para defensores do bom convívio com o mercado. A ascensão e queda de Mantega, titular mais longevo da Fazenda em tempos democráticos, ilustra como os ciclos econômicos elevaram e derrubaram o prestígio dos desenvolvimentistas. O petista assumiu a Fazenda em 2006.
A economia nacional já vivia o que se mostrou o mais sólido período de crescimento desde os anos 70, graças à expansão do consumo chinês e à consequente alta dos preços das exportações.
Enquanto a alta da arrecadação permitia expandir gastos sem reduzir a poupança do governo, a política econômica manteve o figurino ortodoxo e colecionou números favoráveis.
No final de 2008, porém, o colapso financeiro no mundo desenvolvido desmoralizou os liberais a promoveu uma onda global de intervenções estatais.
No Brasil, o governo expandiu gastos, reduziu juros e multiplicou a concessão de crédito pelos bancos públicos, o que permitiu uma recuperação da economia e a eleição de Dilma.
Fonte: Diário do Nordeste