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Publicado em: 22/12/2014

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ANO DE AJUSTES - Seguro de carro mais caro em 2015

Depois de um ano de muita concorrência, com preços abaixo da média, seguradoras estão mais cautelosas

São Paulo. As seguradoras que aproveitaram o conforto financeiro propiciado pela alta dos juros para ganhar market share no ramo de automóvel, sendo mais agressivas em preço, já estão tirando o pé do acelerador e retomando postura de maior cautela. Sustenta esse movimento, segundo os executivos do setor, pressões vindas por parte do aumento dos índices de roubo em grandes capitais, principalmente, na Copa, inflação elevada no segmento de peças e maior requerimento de capital devido às regras de solvência.

Depois de um ano de muita concorrência no mercado de seguros de automóveis, com algumas companhias praticando preços abaixo da própria média de mercado, a expectativa é de que os consumidores paguem mais caro nas renovações das apólices em 2015. Dentre os players que apresentaram os crescimentos mais agressivos, segundo números do mercado, estão as japonesas Mitsui Sumitomo e Tokio Marine e a Bradesco Seguros com taxas superiores a 30% no acumulado do ano até outubro.

Desempenho

Apesar de alguns casos fora da curva, a maior concorrência associada à queda nas vendas de veículos neste ano fez com que o desempenho do setor de seguros de automóveis desacelerasse o ritmo de expansão para menos da metade. De janeiro a outubro, os prêmios do segmento totalizaram mais de R$ 26 bilhões, montante 7,7% maior ante igual intervalo do ano passado. Em 2013, segundo dados da consultoria Siscorp, o setor cresceu 19%. "Com o mercado crescendo 7,7% e a sinistralidade 15% fica claro que de fato estamos com um desequilíbrio. Avanços muito acelerados são preocupantes, mas o cenário não é para guerra de preços em 2015", avalia Marcelo Sebastião, diretor de auto da Porto Seguro.

Para 2015, a expectativa da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), de acordo com o executivo, é de que os prêmios de seguro automóvel mantenham o ritmo de crescimento e avancem ao menos 8%, impulsionados por preços em patamares mais "razoáveis" e pelo cenário de ajustes pelo qual o Brasil passara. "O mercado de seguros de auto cresce bastante em períodos de crise porque as pessoas ficam preocupadas em proteger seu bem. Há oportunidades para crescer", emenda.

Estratégias

A Tokio Marine tem metas mais conservadoras para o próximo ano. Após alta de quase 34% em 2014 e um milhão de veículos segurados, a empresa espera continuar ganhando market share e crescer seus prêmios entre 15% e 20% em 2015. Segundo Marcelo Goldman, diretor executivo de produtos massificados da Tokio, a expansão vem da reestruturação na carteira e a ampliação da parceria com corretores de seguros. Maior agressividade em preço, segundo ele, não foi a estratégia adotada.

Na outra ponta, a Allianz Seguros está debruçada em recuperar a fatia de mercado que perdeu durante a implementação da plataforma durante o primeiro semestre. Era 6,8% em 2013 e caiu para 4,9% neste ano. Segundo a seguradora, os prêmios já voltaram a crescer embora em 2014 acumulem queda de 20%, segundo a Siscorp.

Esse trabalho de aumento de share foi realizado pela Bradesco Seguros ao longo deste ano. A companhia não estava satisfeita com sua participação no segmento e, por isso, decidiu ajustar o modelo de precificação da carteira. Saint'Clair Pereira Lima, diretor técnico e atuarial da Bradesco Auto/RE, explica, entretanto, que a estratégia não representou uma maior agressividade em preço por parte da seguradora, mas, sim, a busca por um valor mais justo para os clientes.

Na contramão, a SulAmérica está focada em rentabilidade nem que essa estratégia, segundo Carlos Alberto Trindade, vice-presidente da seguradora, sacrifique o market share.

Fonte: Diário do Nordeste