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Publicado em: 13/01/2015

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META PARA 2015 - Equipamentos farão Pecém movimentar 30% mais cargas

Os 'portaneres' devem chegar ao Porto ainda neste semestre e serão usados no transporte de contêineres

Após apresentar um incremento de 31% na movimentação de mercadorias no ano passado, o Porto do Pecém espera repetir o bom desempenho no ano de 2015, motivado por novos equipamentos que o terminal receberá ao longo do ano. Ainda neste primeiro semestre, o porto deverá contar com dois novos 'portaineres', para carga de descarga de contêineres, e terá concluída a instalação do primeiro dos três novos berços de atracação atualmente em construção. A meta é alcançar aumento de 30% na movimentação neste ano.

De acordo com o diretor de Desenvolvimento Comercial da Cearáportos - empresa administradora do Porto do Pecém -, Francisco Oliveira, o operador portuário APM Terminals, ligado ao grupo Maersk, deverá receber, em abril, dois novos portaineres para movimentação de contêineres no porto.

"Estes equipamentos são os mais modernos no mundo para esse tipo de operação. Eles irão dobrar a nossa produtividade na movimentação de contêineres. Atualmente, utilizamos os guindastes MHC, que fazem 30 movimentos por hora. O portaineres chegam a 60 por hora. Ou seja, a maior produtividade vai atrair o interesse dos armadores pelo Pecém", destaca Oliveira. Os equipamentos devem começar a ser instalados em maio para, até junho, estarem operando.

Novos berços até junho

Também deverá estar concluído, até o fim deste semestre, o primeiro dos três berços que estão em construção pela ampliação do Terminal de Múltiplos Usos (Tmut) do Porto do Pecém.

De acordo com o diretor da Cearáportos, o berço já começa a ser utilizado tão logo estiver pronto. "Ainda vamos definir como será a operação dele", afirma, sem muitos detalhes. Os dois outros berços devem, segundo adianta, ser concluídos até o fim do ano.

Movimentação recorde

O Porto do Pecém movimentou, ao longo de 2014, 8,2 milhões de toneladas, contra 6,3 milhões alcançadas em 2013, o que representa um acréscimo de 31% no período, segundo informou ontem a Cearáportos. O volume é recorde e vem em crescimento constante desde 2009, quando foram transportadas 2,1 milhões de toneladas.

Ao todo, 475 navios operaram no terminal portuário de São Gonçalo do Amarante durante esse período. Os granéis sólidos foram o maior destaque, com incremento de 87%, chegando a 3,5 milhões de toneladas. A movimentação de contêineres cresceu, por sua vez, 20% sobre 2013.

Mais importações

As importações, mais uma vez, puxaram o transporte no porto. Elas cresceram 36% e representaram 80% da movimentação total no porto.

As exportações também tiveram alta, mas menor, de 13%. "As importações sempre tiveram uma importância maior para o porto. O Ceará é um estado importador, mas isso terá uma mudança em 2016, com o início das operações da siderúrgica, que deverá exportar três milhões de toneladas de placas de aço por ano", prevê Oliveira.

Artigos movimentados

As importações foram puxadas, sobretudo, pelo carvão mineral, que foi importado com maior intensidade no ano passado para atender às termelétricas, as quais operaram a pleno vapor por conta da seca, que reduziu a produção em hidrelétricas. O diretor estima que o carvão continuará tendo grande movimentação no porto ao longo deste semestre, para o qual não há sinalização de chuvas mais frequentes. Também tiveram destaque nas importações os combustíveis minerais, os produtos siderúrgicos e os clinkers (cimentos não pulverizados).

O Porto lidera o ranking de portos brasileiros na importação do clínker, seguido pelos portos de Barcarena, Mucuripe, São Luiz e Suape, conforme dados da Secretaria do Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Comércio e Desenvolvimento (Secex). Nas importações de produtos siderúrgicos, a liderança é do porto de São Francisco do Sul, seguido dos portos do Pecém, de Santos e de Itajaí.

A estiagem motivou também uma menor exportação de frutas, o que fez com que o Porto do Pecém perdesse (por um ponto percentual), no ano passado, a liderança nacional na exportações deste item, a qual ficou com o Porto de Parnamirim, no Rio Grande do Norte, com 26% de participação. As frutas que registraram maior fluxo no Pecém foram o melão (92 mil toneladas), a manga (35 mil), a melancia (16 mil) e a castanha de caju (10 mil), cujas origens foram o Rio Grande do Norte (48%), o Ceará (30%), a Bahia (12%) e Pernambuco (8%). Os principais destinos foram Holanda, Grã-Bretanha, Estados Unidos e Espanha.

Sérgio de Sousa - Repórter

Fonte: Diário do Nordeste