POUPANÇA - Retorno segue abaixo da inflação
Este não será um ano fácil para o investidor que insistir em deixar o dinheiro aplicado na caderneta de poupança. Embora a expectativa seja que a inflação, medida pelo IPCA, perca fôlego a partir dos próximos meses, a queda não tende a ser suficiente para repor margem real de ganho ao rendimento da poupança. A inflação de janeiro ficou em 1,24%, mais que o dobro da remuneração da caderneta, e fevereiro não deve ser diferente.
Até porque o rendimento nominal da poupança está mais baixo, já que este mês teve menor número de dias úteis por causa do carnaval. A previsão é que o IPCA feche o mês em torno de 1%, possivelmente pouco mais. Enquanto isso, a caderneta tem sido remunerada com juro mensal fixo de 0,50%, mais a TR, o que dá um rendimento entre 0,52% e 0,60% ao mês. Comparando a rentabilidade da caderneta com a inflação, o aplicador em poupança está perdendo dinheiro, porque o rendimento não assegura sequer a correção monetária, a reposição da parte desvalorizada pela inflação.
Nessa toada, pelo descompasso entre a inflação e o ganho da poupança, o aplicador perde poder aquisitivo do capital todo mês. A estimativa de analistas e economistas do mercado financeiro publicada pelo último boletim Focus, do BC, aponta para uma inflação acumulada pela variação do IPCA de 7,35% em 2015. Isso dá mais que o juro de 6,17% ao ano com que a caderneta remunera o aplicador.
Fundos DI
Uma opção à caderneta, segundo especialistas em investimento, são os fundos DI. A vantagem em relação à poupança é que o rendimento desses fundos acompanha de perto a evolução da taxa básica de juros, a Selic, que tem passado por seguidas altas e está em 12,25%, no momento. A expectativa é que ela tenha nova alta na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, em 4 de março.
Porém, quem pretende migrar da caderneta para um fundo DI, em busca de uma rentabilidade mais competitiva, antes, deve fazer uma pesquisa em bancos e corretoras para escolher um fundo que cobra taxa de administração baixa, inferior a 1,5%, 2% ao ano.
Fonte: Diário do Nordeste