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Publicado em: 02/03/2015

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DESONERAÇÃO - Dilma diz que Levy foi "infeliz"; ele reconhece que sim

O ministro Joaquim Levy (Fazenda) afirmou, na sexta-feira, que a política de desoneração da folha de pagamento era grosseira. Em resposta, a presidente Dilma Rousseff classificou a declaração como infeliz

A presidente Dilma Rouseff classificou de “infeliz” a afirmação do ministro Joaquim Levy (Fazenda) sobre a desoneração da folha de pagamento. No mesmo dia, ele admitiu a assessores que usou algumas expressões inadequadas. “Fui coloquial demais”, disse ele a auxiliares, segundo relato obtido pela reportagem.

Na última sexta-feira, ao explicar aumento da tributação para os setores desonerados na gestão de Guido Mantega na Fazenda, ele disse que a política era grosseira. “Eu acredito que a desoneração da folha foi importantíssima e continua sendo. Se não fosse importante, nós a tínhamos eliminado e simplesmente abandonado. Acho que o ministro foi infeliz no uso do adjetivo”, afirmou a presidente, em viagem ao Uruguai, onde acompanhou a posse do presidente Tabaré Vázquez.

Ela também afirmou que todo o seu governo, incluindo Levy, estão comprometidos com a melhoria nas contas do País. “O fato é que o ministro e todos os setores estão comprometidos com uma melhoria das condições fiscais do país”.

Segundo Dilma, a desoneração da folha de pagamento é uma realidade. “O que fizemos foi um reajuste nas condições”, disse ela. “[A desoneração] será sempre um instrumento, que não é pura e simplesmente de ajuste fiscal. É um instrumento que, em certas conjunturas, temos que reajustá-lo, ou para cima ou para baixo. Agora foi para cima”, afirmou.

Ao ser questionada se isso representava reconhecer erros de sua política econômica anterior, a presidente respondeu: “Quando a realidade muda, a gente muda”.

Para Dilma, o Brasil vai sair da crise mais fortalecido

Na mesma entrevista em eu classificou como grosseira a política de desoneração, na última sexta, Levy também afirmou que essa “brincadeira” se mostrou “extremamente cara”.

Ele disse que as medidas não têm criado nem protegido empregos. “Você aplicou um negócio que era muito grosseiro. Essa brincadeira nos custa R$ 25 bilhões por ano, e estudos mostram que ela não tem criado nem protegido empregos”, disse.

Segundo Levy, o governo tem gasto cerca de R$ 100 mil para manter cada emprego nesses setores, o que “não vale a pena.” “É por isso que a gente está reduzindo, pela relativa ineficiência dela. Ela não tem alcançado os objetivos para que foi desenhada. É saber ajustar quando uma coisa não está dando resultado. A intenção era boa, a execução foi a melhor possível, mas temos que pegar as coisas que são menos eficiente e reduzir”.

Colegas de Esplanada dos Ministérios e do Palácio do Planalto consideraram as expressões muito duras. (da Folhapress)

Fonte: O Povo