NESTE ANO - Dilma afirma que recuperação da economia vai ser sentida este ano
A presidente foi recebida com vaias na abertura do Salão Internacional da Construção
A presidente Dilma Rousseff disse ontem que espera que a economia brasileira supere a crise até o fim do ano. “Nós vamos fazer todo o esforço ao nosso alcance para que, até o final deste ano, os sinais de recuperação já comecem a aparecer”, declarou ao discursar na abertura do Salão Internacional da Construção (Feicon-Batimat), em São Paulo, onde foi recebida com vaias por expositores e trabalhadores.
Dilma admitiu, no entanto, que o momento é delicado. “Eu não ignoro a desaceleração do setor e da economia vivenciada no momento atual. Eu tenho trabalhado de forma sistemática para superar ainda este ano essa desaceleração”, disse logo no início de sua fala.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), Walter Cover, defendeu o processo democrático no País, durante o evento de abertura, para uma plateia de executivos. “O empresário, em sua grande maioria, mesmo com esse momento difícil, tem mantido o equilíbrio, quer a governabilidade e a permanência do processo democrático. Está fazendo a crítica precisa, não aquela simplista e generalista”, declarou.
Apesar de assumir que o País passa por um momento de dificuldades, Dilma disse que alguns setores da sociedade vêm exagerando na proporção dos problemas. “Nem de longe, nós estamos vivendo uma crise nas dimensões que alguns dizem que nós estamos vivendo. Nós passamos por problemas estritamente conjunturais, porque nossos fundamentos, hoje, são sólidos”, ressaltou.
Para superar a crise, a presidenta voltou a defender a necessidade de medidas de ajuste fiscal. “Nós temos que fazer correções e ajustes. Justamente para isso, nós estamos tomando medidas que ajustam as contas públicas. Porque nós absorvemos, no orçamento do governo federal, uma parte importante da crise”, disse, em referência às turbulências enfrentadas pela economia mundial desde 2009. “Isso é o que impede que, sem fazer alguns ajustes, mantenhamos o ritmo anterior de desoneração e subsídio”, acrescentou, para justificar o fim das medidas de incentivo.
Ela destacou, entretanto, que os ajustes têm como objetivo permitir que o Brasil volte a crescer. “Mas essas correções e ajustes têm propósitos muito claros. Eles reforçam ainda mais os fundamentos econômicos do país. E constroem novas condições para retomada tanto do crescimento quanto do emprego”, destacou.
Dilma foi vaiada enquanto visitava o pavilhão que passava por ajustes antes de ser aberto ao público. Ela estava acompanhada do ministro das Cidades, Gilberto Kassab, e de representantes empresariais do setor da indústria e comércio de materiais de construção. (das agências)
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Depois das vaias, a presidente Dilma Rousseff mudou os planos e decidiu se encontrar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na noite de ontem, em Brasília. A ideia inicial era que os dois se reunissem, no início da tarde em São Paulo.
O encontro seria após a presidente participar do Salão Internacional da Construção, na capital paulista, onde foi recebida com vaias e gritos de “fora Dilma” e “fora PT”. Antes de a petista embarcar para São Paulo, porém, Dilma e Lula se falaram e decidiram mudar o local do encontro.
A decisão foi tomada para despistar os jornalistas, que já sabiam da reunião. O partido e o Governo Federal esperam que a conversa entre Lula e Dilma ajude a resolver parte da crise que traga o Palácio do Planalto.
Fonte: O Povo