Cunha diz que ajuste fiscal tem de ser negociado com setor produtivo
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, afirmou nesta segunda-feira (16), em reunião na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), que é necessário um esforço conjugado de todos os setores para viabilizar uma saída para crise política e econômica que o País vive hoje.
Cunha advertiu que o ajuste fiscal precisa ser feito com urgência, sob o risco de o País perder grau de investimento, o que provocaria uma fuga de capitais de fundos de investimentos governamentais, que seriam obrigados a deixar o Brasil. “Não podemos deixar que esse risco se transforme em fato”.
Ele acrescentou que é necessário responsabilidade para discutir medidas que provoquem o menor impacto possível na economia. “É preciso previsibilidade nas decisões. O ajuste fiscal tem que ser feito, mas em negociação com o setor produtivo”, declarou.
Cunha lembrou que a reunião em São Paulo hoje ganhou um simbolismo importante, porque ocorreu no dia seguinte às manifestações que reuniram no total cerca de 2 milhões de pessoas em várias cidades brasileiras.
Legislativo
Com relação à atuação da Câmara dos Deputados, Cunha assinalou que não deve haver temas proibidos, e os problemas precisam ser enfrentados. “Vamos votar o projeto sobre terceirização no dia 7 de abril; precisamos votar os ajustes no Supersimples; vamos instalar comissão para rediscutir o pacto federativo”.
Ele disse aos empresários que, além das medidas emergenciais, é indispensável se debater políticas de médio e longo prazo para restabelecer a estabilidade econômica e viabilizar a retomada da capacidade de investimento em todos os setores nas áreas pública e privada. “Ou discutimos de verdade o que deve ser feito ou vamos apequenar o País”.
Fiesp
O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, apresentou ao presidente da Câmara uma série de temas considerados prioritários para o setor empresarial, mas afirmou que, embora a pauta da entidade esteja focada nos entraves enfrentados pela indústria, a preocupação dos empresários é como o futuro do País.“É preciso discutir uma travessia que prejudique menos o emprego e os investimentos”, declarou.
Skaf citou, entre as principais preocupações com propostas em discussão no Congresso, a reforma do PIS/Cofins, as medidas provisórias 664/14 (muda regras para pensão por morte) e 665/14 (altera regras para concessão do seguro-desemprego), a ampliação do Supersimples e o projeto que regulamenta a terceirização.
Fonte: Agência Câmara de Notícias