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Publicado em: 12/05/2015

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Exportações de calçados têm retração de 24,8% em abril

O quarto mês do ano apresentou o primeiro revés nas exportações de calçados. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), apontam para uma queda de 24,8% nas receitas geradas pelos embarques no comparativo com o mês de março. Os dados foram divulgados ontem.

Com uma queda de 17% nas receitas geradas pelos embarques, o Ceará é o segundo colocado no ranking das exportações de calçados, tendo vendido ao exterior o equivalente a US$ 83,84 milhões nos quatro primeiros meses do ano.  O Estado só perde para o Rio Grande do Sul, que segue sendo o principal exportador de calçados do Brasil. Nos quatro primeiros meses do ano, os gaúchos somaram US$ 112,66 milhões em divisas, 10,5% menos do que no período correspondente de 2014. Em seguida, São Paulo continua como o terceiro principal exportador de calçados. Entre janeiro e abril os paulistas geraram US$ 42,9 milhões com as vendas de calçados ao exterior, 18,6% menos do que no mesmo ínterim de 2014.

Comportamento

O desempenho do País, se confrontado com igual mês de 2014, caiu 19,7%, já que, em abril último, o embarque de 7,54 milhões de pares gerou US$ 68,54 milhões. A queda interrompe uma sequência positiva de três meses, e, no acumulado dos quatro primeiros meses de 2015, a exportação de 39,2 milhões de pares gerou US$ 310,1 milhões - número 13,9% menor no comparativo com igual período do ano passado.

Já as importações de calçados seguem caindo. Em abril foram importados cerca de três milhões de pares pelos quais foram pagos US$ 38 milhões, 32,2% menos do que em março e 4,3% menos do que no mesmo mês de 2014. No acumulado, a importação de 14,27 milhões de pares por US$ 194,4 milhões, aponta uma queda de 7,7% em relação ao mesmo ínterim de 2014. As principais origens foram Vietnã (US$ 105 milhões, queda de 16,2% com relação a igual período do ano passado), Indonésia (US$ 44,5 milhões, aumento de 18,5%), China (US$ 23,57 milhões, queda de 4,7%) e Camboja (US$ 6,3 milhões, incremento de 77,3%).

Competitividade

O presidente-executivo da Abicalçados, Heitor Klein, destaca que o quadro negativo das exportações é preocupante e reflete a perda de competitividade da indústria brasileira num período em que o dólar mais valorizado poderia dar um fôlego maior às exportações. “A menor alíquota de restituição do Reintegra e a sinalização de ajustes fiscais de forte impacto negativo no setor industrial já mostram seus primeiros efeitos com os resultados de abril”, lamenta Klein. Segundo ele, o incremento esperado para as exportações passa a ser ameaçado com as medidas do Governo Federal, o aumento dos níveis de inflação, dos custos com energia elétrica, entre outros gargalos do conhecido “Custo Brasil”. “Já temos um dos maiores custos produtivos do mundo e agora, em meio à recessão, é proposto um ajuste que, ao invés de desonerar a indústria, a onera para que pague a conta de desmandos com o dinheiro público. Não é somente a indústria que vai pagar a conta, é toda a sociedade brasileira”, avalia o executivo, ressaltando a perda de 24 mil postos nos primeiros três meses do ano em relação ao mesmo trimestre de 2014.

Fonte: O Estado do Ceará