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Publicado em: 24/07/2015

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REAÇÃO - Após corte em meta fiscal, dólar sobe ao maior nível desde março

A moeda americana chegou a ser cotada a R$ 3,30 durante o dia como consequência da queda da Bolsa

A redução da meta fiscal para quase zero derrubou a Bolsa brasileira ontem e provocou uma disparada na cotação do dólar em relação ao real, levando a moeda americana para perto de R$ 3,30, no maior nível desde março.

O dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve valorização de 1,91%, para R$ 3,288 na venda -maior patamar desde 19 de março, quando estava em R$ 3,305.

Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, avançou 2,16%, para R$ 3,296. A divisa chegou a ser cotada a R$ 3,299 durante o dia.

Na Bolsa, o principal índice de ações do mercado nacional, o Ibovespa, fechou em baixa de 2,18%, para 49.806 pontos -menor pontuação desde 16 de março, quando estava em 48.848 pontos. Foi também a maior desvalorização diária desde 26 de março, quando havia cedido 2,47%.

Os ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento) afirmaram na véspera que a meta de superavit primário foi reduzida de R$ 66,3 bilhões (1,1% do PIB) para R$ 8,7 bilhões (0,15% do PIB).

O governo também colocou um dispositivo que o permitiria incorrer em deficit de até R$ 17,7 bilhões, se as receitas extraordinárias decepcionarem.

“A dívida pública só deve se estabilizar em 2018, se tudo der certo. Com isso, aumenta muito o risco de o país perder o grau de investimento”, disse Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil.

De forma geral, o corte na meta fiscal surpreendeu economistas, que viram um pessimismo preocupante (alguns viram exagero) do governo em relação à trajetória das contas públicas nos próximos anos, indicando a possibilidade da existência de algum “esqueleto” ou “pedalada” ainda desconhecida que precisará ser desfeita.

Exterior

Além do cenário fiscal brasileiro, a queda maior que a esperada nos novos pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos também pressiona o câmbio na sessão. O indicador atingiu o menor nível em quatro décadas, com 255 mil solicitações na semana terminada em 18 de julho.

O resultado corrobora a perspectiva de que a economia americana está pronta para o início de um ciclo de elevação dos juros, que estão perto de zero desde 2008 -uma medida para conter os efeitos negativos da crise.

O aperto monetário americano deixaria os títulos do Tesouro dos EUA -que são remunerados por essa taxa e considerados de baixíssimo risco- mais atraentes do que aplicações em emergentes como o Brasil, provocando uma saída de recursos dessas economias.

Com isso, a menor oferta de dólares tenderia a pressionar a cotação da moeda americana para cima. Ontem, o BC deu continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em agosto. (Folhapress)

 

Fonte: Jornal O Povo