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Publicado em: 31/07/2015

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Governadores se comprometem a ajudar União

No Palácio da Alvorada, os 26 governadores e uma vice concordaram com os pactos de cooperação propostos pela presidente Dilma Rousseff

Por ora, a estratégia da presidente Dilma Rousseff (PT) de se reunir com governadores para impedir que seus vetos sejam derrubados no Legislativo tem se mostrado eficaz. De acordo com o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), todos os 27 representantes dos estados “foram muito solidários” com a situação de crise e prometeram conversar com suas bancadas sobre as “pautas-bomba”.

O Congresso Nacional tem aprovado propostas que requerem aumento de gastos da União, como o aumento de até 78% no salário dos servidores do Judiciário e queda do fator previdenciário. Dilma argumentou que pautas como essas trariam ônus também aos tesouros estaduais e municipais e prejudicariam o País que tenta se reerguer da crise.

“Como gestores, temos a responsabilidade de conversar com a bancada e mostrar que quem for oposição ao governo federal não pode ser oposição quando o jogo é contra o Brasil”, afirma Câmara. Ele confirma que os governadores se comprometeram a buscar saídas para a crise junto ao governo federal.

Em troca, Dilma tornará regular esse tipo de reunião. Ela também garantiu a criação de fundos de desenvolvimento regionais. “Tenho ouvido aberto, enquanto razão; e o coração, enquanto emoção e sentimento, para saber que esse novo Brasil que cresceu não se acomoda”, afirmou, em discurso na abertura da reunião.

De acordo com o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), grupos de trabalho foram criados para encontrar soluções conjuntas para áreas como saúde, segurança pública e a redução da população carcerária. “Manter um diálogo é sempre interessante. O País numa situação de instabilidade não interessa a ninguém”, diz o gestor.

Impacto no Congresso

O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT), prega que o encontro com os governadores tem grande significância política que será refletida em votos pró-governo no Congresso. “O simbolismo dessa reunião repercute muito para o País. São Paulo (Geraldo Alckmin/PSDB) estar presente é uma demonstração disso”, explica. Para Guimarães, o fato de a oposição ter comparecido de forma maciça é “grandioso”.

 Em contrapartida, o cientista político Francisco Moreira teme que a crise esteja longe do fim. “A oposição se fechou de uma forma que não vê saída além da ruptura. Ela demorou demais para tomar uma atitude nesse sentido”, avalia.

Saiba mais - Sem promessas

Na abertura do evento, Dilma admitiu a gravidade da crise que por muito tempo negou. Ela disse, de antemão, que não podia aumentar recursos para os estados e que o País terá de trabalhar com o que tem com mais produtividade e eficiência. A presidente também disse que tem usado o poder de veto para proteger o Brasil e sabe “suportar pressão e até injustiça”.

Ausência

O governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB) foi o único que não compareceu à reunião. Ele enviou a vice-governadora Rose Modesto (PSDB) para representar o estado. Segundo a assessoria, ele teria choque de agenda com a abertura do 16º Festival de Inverno de Bonito.

 

Fonte: Jornal O Povo