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Publicado em: 11/08/2015

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Taxa de juros tem a 10a elevação consecutiva

As taxas de juros das operações de crédito voltaram a ser elevadas em julho passado, sendo esta a sétima elevação no ano e a décima consecutiva. Para as pessoas físicas, das seis linhas de crédito pesquisadas, todas tiveram suas taxas de juros elevadas no mês (juros do comércio, cartão de crédito rotativo, cheque especial, CDC-bancos-financiamento de veículos, empréstimo pessoal-bancos e empréstimo pessoal-financeiras), de acordo com informações divulgadas, ontem, pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

A taxa de juros média geral para pessoa física apresentou uma elevação de 0,12 ponto percentual no mês (3,03 pontos percentuais no ano) correspondente a uma elevação de 1,73% no mês (2,45% em 12 meses) passando a mesma de 6,94% ao mês (123,71% ao ano) em junho de 2015 para 7,06% ao mês (126,74% ao ano) em julho de 2015 sendo esta a maior taxa de juros desde agosto de 2009.

Já para a pessoa jurídica, das três linhas de crédito pesquisadas, todas foram elevadas no mês. A taxa de juros média geral apresentou uma elevação de 0,03 ponto percentual no mês (0,56 ponto percentual ao ano) correspondente a uma elevação de 0,74% no mês (0,92% em 12 meses) passando a mesma de 4,03% ao mês (60,66% ao ano) em junho/2015 para 4,06% ao mês (61,22% ao ano) em julho de 2015 sendo esta a maior taxa de juros para pessoa jurídica desde junho de 2009.

Juros x Selic

Considerando todas as elevações da taxa básica de juros (Selic) promovidas pelo Banco Central (BC) desde março de 2013, houve nesse período (março de 2013 a julho de 2015) uma elevação da Selic de sete pontos percentuais (elevação de 96,55%) de 7,25% ao ano em janeiro de 2013 para 14,25% ao ano em julho de 2015. Nesse período, a taxa de juros média para pessoa física apresentou uma elevação de 38,77 pontos percentuais (elevação de 44,07%) de 87,97% ao ano em março de 2013 para 126,74% ao ano em julho de 2015.

Nas operações de crédito para pessoa jurídica, houve uma elevação de 17,64 pontos percentuais (elevação de 40,48%) de 43,58% ao ano em março de 2013 para 61,22% ao ano em julho de 2015.

Análise

De acordo com o diretor executivo de estudos e pesquisas econômicas da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, estas elevações podem ser atribuídas a fatores gerados pela crise, além da elevação da Selic e carga tributária, uma vez que o cenário econômico aumenta o risco do crescimento nos índices de inadimplência. Conforme observou Oliveira, o momento se baseia no fato de os índices de inflação mais elevados, aumento de impostos e juros maiores reduzirem a renda das famílias. “O baixo crescimento econômico deve promover alta dos índices de desemprego. Tudo isto somado e o fato de que as expectativas para 2015 são igualmente negativas quanto a todos estes fatores, as instituições financeiras são levadas a aumentarem suas taxas de juros para compensar prováveis perdas com a elevação da inadimplência”, ponderou.

A dificuldade financeira está mais agravada, também, com elevação da taxa básica de juros (Selic) promovida pelo BC em sua última reunião do Copom. Isso sem falar na elevação da carga tributária para o sistema financeiro no pacote fiscal, “que elevou a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) de 15% para 20%, elevando, assim, a cunha fiscal das instituições financeiras que, inevitavelmente, se refletirá no repasse para as taxas de juros das operações de crédito”, lamentou o diretor da Anefac.

Perspectivas

Tendo em vista o cenário econômico atual, que aumenta o risco de elevação dos índices de inadimplência, bem como as prováveis novas altas da taxa básica de juros frente a uma inflação mais elevada, a tendência, observada pela Anefac, é de que as taxas de juros das operações de crédito voltem a ser aumentada nos próximos meses.

Fonte: O Estado do Ceará