HUB DA LATAM - Relatório mostra vantagem para Fortaleza e Natal
O Grupo Latam divulgou estudo de infraestrutura dos aeroportos que disputam o centro de conexão de voos. Resultado técnico mostra que Fortaleza e Natal estão à frente de Recife
Quando se trata de infraestrutura aeroportuária, Fortaleza e Natal saem na frente na disputa pelo hub do Grupo Latam (formado pelas companhias aéreas TAM e Lan), deixando Recife para trás. Ontem, a empresa divulgou relatório encomendado à consultoria britânica Arup, que aponta a necessidade de um novo terminal de passageiros na capital pernambucana. Já o Aeroporto Pinto Martins necessitaria de um “crescimento orgânico”, sem a necessidade um novo terminal. Para Natal, a recomendação é o seguimento da ampliação já em curso.
O relatório aponta, ainda, que não é necessária a construção de uma segunda pista de pouso em nenhum dos três equipamentos, sendo as atuais capazes de atender a demanda até o ano de 2038. Para o Ceará, que buscava alternativas para uma nova pista, essa é uma boa notícia.
Será que, com isso, o hub em Fortaleza decola? As condições indicam que sim. O PIB da Cidade, a proximidade dos pontos turísticos a localização do aeroporto no centro urbano e a entrada no plano de concessões do Governo Federal despontam como aspectos relevantes.
Para Fortaleza e Natal, a Arup também recomenda a construção de um píer de ligação entre os novos terminais, em obras, e o atual. “O estudo da Arup dá suporte a um dos três critérios de decisão estabelecidos pela para a implantação do hub, que é a qualidade da infraestrutura aeroportuária, e também está conectado com os outros dois critérios, que são a experiência do cliente e a competitividade em custos”, afirmou Cláudia Sender, presidente da TAM em comunicado sobre o relatório.
A Arup também analisou parâmetros operacionais, que vão desde o nível de serviço, tempo de processamento (raios-x, esteiras, bagagens), prazos de conexões e área de embarque para em horário de pico. “Foram apontados diversos pontos positivos e alguns gargalos que ainda precisam ser resolvidos para se alcançar a estrutura ideal”, destacou Arialdo Pinho, titular da Secretaria do Turismo do Ceará (Setur-CE).
Análise
Carlos Grotta, especialista em transporte aéreo e infraestrutura do Centro Paula Souza, de São Paulo, afirma que Fortaleza e Natal estão à frente de Recife nos quesitos analisados pela Arup. Isso porque possuem expansão orgânica nos sítios aeroportuários. “A questão fica mais complicada para Recife, que terá de liberar a base militar para construção de um novo terminal”, considera.
Uma fonte ligada ao setor da aviação civil disse ao O POVO que reitera o “empate” entre Fortaleza e Natal. “Em Recife não há condição de expansão. Vai ter de construir outro”, avalia.
Segunda pista
Apesar de afirmar que não há necessidade de novas pistas de pousos nos aeroportos analisados, o estudo aponta que seria benéfico para todos os agentes envolvidos expandir a capacidade da pista para o padrão internacional de 40 decolagens e aterrissagens por hora através de melhorias de procedimentos.
De acordo com os dados do estudo, foi estimado que o centro de conexões movimente a partir de 2018 dois milhões de passageiros adicionais por ano, em 24 aeronaves operadas diariamente de maneira simultânea (entre 2, 5 mil e 3 mil passageiros na hora-pico). Em 2038, o número de passageiros deverá chegar a 3,2 milhões por ano, em 36 aeronaves operadas diariamente e simultâneo (4 mil passageiros na hora-pico).
Fonte: Jornal O Povo