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Publicado em: 19/10/2015

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Receita de serviços cresce 4,9% no Ceará

O setor de serviços, que tem maior peso na nossa economia, registrou alta de receita de 4,4% no Estado do Ceará, em agosto, sobre igual período de 2014. Esse é o segundo melhor resultado do Nordeste – atrás apenas do Rio Grande do Norte (8,7%) –, e o sexto maior no País. Regionalmente, o Estado aparece com a terceira melhor variação no acumulado do ano, com 4,9%, e em primeiro lugar, com alta de 7,2%, em 12 meses – sendo essa última a terceira melhor entre as 27 entidades federativas. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada, ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No Estado, o levantamento aponta que a maior contribuição veio de outros serviços – que inclui atividades imobiliárias, serviços de manutenção e reparação, financeiros, agricultura, serviços de esgoto e serviços de coleta, tratamento e disposição de resíduos e recuperação de materiais. Esse segmento avançou 28,6% na comparação anual, entre os meses de agosto, e foi acompanhado por serviços prestados às famílias (7,9%) e serviços profissionais, administrativos e complementares (3,8%). No período, houve queda apenas em transportes, serviços auxiliares dos transportes e correios (0,8%), enquanto que em serviços de informação e comunicação não houve variação.

Volume negativo

Pela primeira vez, o IBGE divulga os índices de volume do setor, a desagregação da atividade de ‘serviços de tecnologia da informação e comunicação – TIC’ em duas novas séries: “telecomunicações” e “serviços de tecnologia da informação”, e o Índice de Atividades Turísticas (Iatur). No índice geral, o Ceará apresentou queda de 2,5%, seguindo a tendência observada em junho (-2%) e julho (-3,2%), sobre iguais meses do ano passado. No ano, a atividade do setor encolheu 2,6% até agosto último, embora apresente discreta variação positiva de 0,3% em 12 meses.

Ainda em comparação como mês de agosto do ano passado, dentre as cinco atividades que compõem o índice geral de atividades (volume), outros serviços deteve a única variação positiva (16,3%), sendo a maior queda verificada em serviços profissionais, administrativos e complementares (5,6%). Em atividades turísticas, o Ceará apresentou leve alta de 0,9% entre os meses de agosto deste ano e de 2014, mas não suficiente para reverter as fortes quedas de junho (10,5%) e julho (7,8%), nessa base de comparação. No ano, a retração das atividades turísticas atinge 4,7% até agosto, enquanto que, em 12 meses, não houve variação.

“O resultado adverso do setor de serviços, ao longo 2015, é mais um reflexo natural da atual recessão econômica, caracterizada pelos reflexos negativos sobre o mercado de trabalho e sobre o nível de confiança dos empresários”, afirma o economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) Fábio Bentes. Segundo ele, a forte retração nas despesas com serviços por parte das famílias alinha-se à queda na massa de rendimentos verificada nos últimos 12 meses e ao impacto restritivo ao orçamento imposto pelo reajuste tarifário este ano.

Balanço

No País, o setor de serviços manteve a sequência de resultados negativos que vêm se verificando em 2015, ao fechar o mês de agosto com retração de 3,5% em comparação a igual período do ano passado. Com a retração de agosto, o setor fecha os primeiros oito meses do ano com retração acumulada de 2,6%, enquanto a taxa anualizada (acumulado dos últimos 12 meses) fechou com recuo de 1,1%. Com relação à receita nominal, os dados divulgados pelo IBGE indicam que houve crescimento de 1% entre agosto de 2014 e agosto de 2015. No ano (de janeiro a agosto), a receita nominal cresceu 2,1%, enquanto a taxa anualizada fechou com expansão de 3%.

Nos primeiros 12 meses do ano, o único resultado positivo do setor de serviços foi registrado em março, quando o indicador fechou com expansão de 2,3%. Apesar da queda verificada em agosto, o desempenho foi ligeiramente melhor do que a taxa de julho, quando a queda chegou a 4,2%, embora tenha superado a de junho (2,2%).

De acordo com o estudo do IBGE, na comparação com agosto de 2014, apenas o setor de serviços de informação e comunicação apresentou crescimento (0,2%).

Fonte: O Estado do Ceará