VARIAÇÃO CAMBIAL - Quem deve e como comprar dólar
18/11/2013.
A alta da moeda norte-americana atinge tanto quem pretende viajar ao exterior ou tem dívidas nesta divisa
O dólar comercial já se valorizou 4,5% desde o início de novembro até a última quarta-feira, dia 13 - a moeda americana avançou de R$ 2,234 na virada do mês para R$ 2,335. O porcentual equivale também ao valor que a moeda nacional, o real, perdeu em relação a esta divisa ou, ainda, quanto mais reais é preciso ter para comprar a mesma quantidade de dólar. Por aí, fica claro que a alta do dinheiro estadunidense atinge diretamente quem tem planos de viajar ao exterior nas férias que se aproximam ou tem dívida atrelada à moeda americana. Ou ainda, na ponta oposta, aguça o interesse de quem tem dinheiro para aplicar e deseja ganhar com o avanço da divisa.
Apesar da valorização de 5,4% acumulada pelo dólar desde o início de outubro até agora, portanto em quase um mês e meio, a expectativa de especialistas em câmbio é que o preço da moeda americana não só mantenha a tendência, como também acelere a alta nos próximos meses. Embora o boletim Focus, que contém as projeções de analistas e economistas de mais de cem bancos consultados semanalmente pelo Banco Central (BC), aponte uma cotação de R$ 2,25 para o dólar no fechamento do ano, uma ala do mercado de câmbio prevê a moeda americana mais cara até lá. A estimativa é que o dólar chegue próximo de R$ 2,40 até o fim de ano, quase encostando, portanto, no pico de preço de 2013, de R$ 2,45, registrado em 21 de agosto.
Turismo
O avanço do dólar comercial puxa também as cotações do dólar turismo, usado por turistas em viagem ao exterior, que já costuma correr com folga acima do preço da moeda americana usada em operações do comércio exterior. Na última quarta-feira, o dólar turismo esteve valendo R$ 2,46, bastante acima da cotação de R$ 2,34 do comercial. A dica de especialistas para quem vai viajar para fora do País nos próximos meses e tem reais em mão é que compre os dólares que precisar o quanto antes e de uma vez, como forma de proteção diante da provável aceleração da moeda americana.
Quem não tiver reais suficientes para comprar o volume desejado de dólares de uma só tacada poderá dividir as compras em alguns lotes, o que, no fim das contas, pode render um estoque de dólar formado por uma média equilibrada de cotações.
Fundos cambiais
Quem comprar dólar agora pode até errar a mão e pagar mais caro por ele, se o preço recuar, algo que os analistas consideram improvável como tendência, mas quem tiver reais para aplicação em um fundo cambial, por exemplo, não pode ir com sede ao pote, afirmam especialistas. Embora os fundos cambiais sejam destaque em rentabilidade este ano, o risco do investimento é bastante elevado.
Em geral, o fundo cambial atende a três objetivos: especulativo, para quem pretende ganhar com a valorização do dólar; diversificação de carteira de investimento, com destinação de parte da poupança em aplicação que acompanha a variação cambial; e proteção, para quem precisa de defesa contra a disparada da moeda americana. Os fundos cambiais aplicam pelo menos 80% dos recursos da carteira em moedas estrangeiras, como o dólar e o euro. Uma opção aos fundos cambiais, para quem quer ganhar com a alta do dólar, são os fundos multimercado.
Fonte: Jornal Diário do Nordeste