SERASA APONTA - No Ceará, 91 mil empresas estão com contas atrasadas

O Ceará registrou em julho último, 91 mil empresas com dívidas em atraso, com algum tipo de inadimplência financeira; número que representa 2,6%, das 3,5 milhões de companhias em débito com credores e ou fornecedores no Brasil. No Nordeste, o número de empresas inadimplentes somam 642,6 mil, das quais 61,54%, ou 395,5 mil estão instaladas nos três maiores Estados da região, notadamente e nessa ordem, Bahia (192,5), Pernambuco (112 mil) e Ceará.

Os números das empresas inadimplentes - pequenas, médias e grandes - , por Estado, foram divulgados ontem, pela Serasa Experian, que realiza este ano, o primeiro estudo do tipo. Segundo o economista da Serasa, Luiz Rabi, uma sequência de fatores conjunturais, verificados nos últimos dois anos, vêm contribuindo para o crescimento da inadimplência empresarial no País.

Processo

Conforme explica Rabi, a elevação do número de empresas devedoras teria começado ainda em 2012, como reflexo do endividamento dos consumidores, que deixaram de pagar as prestações de suas contas, em dia.

No ano passado, a retomada da alta dos juros e consequentemente, o aumento do custo financeiro, - para capital de giro e financiamentos de máquinas e equipamentos, - por exemplos, acirrou ainda mais a situação das empresas que, agora, em 2014, se deparam com taxas de juros bancários ainda mais altas e com um princípio de recessão econômica. "Foi um fator em cima do outro", aponta o economista, lembrando que, "se a taxa Selic parou de subir, na ponta, nos bancos as taxas de juros continuam subindo", alavancadas pelo aumento da própria inadimplência e taxas de risco.

Para chegar aos números de empresas inadimplentes, Rabi explica que o Serasa Experian criou uma base de negativação, a partir de quatro indicadores fornecidos pelas próprias empresas e pelas instituições financeiras. Nessa base de dados estão os cheques devolvidos sem fundo, pela segunda vez; os títulos (duplicatas e notas promissórias) protestadas em cartório; o Refin, que são as restrições financeiras apontadas pelos bancos, e as tendências de mercado, também apontadas pelas empresas, sobre o comportamento de seus clientes e dos fornecedores.

Limpa nome

Para facilitar a negociação das dívidas no mercado, o Serasa realiza até amanhã, dia 19, o Feirão Limpa Nome Online. Por meio do site www.feiraolimpanomeempresas.com.br, as empresas podem acertar as contas com credores sem sair do escritório.

Fonte: Jornal Diário do Nordeste