SEM REAJUSTE OFICIAL- Gasolina: sobem preço e consumo
07/04/2014.
A alta se justifica pela força da demanda, com o consumo de combustíveis crescendo fortemente no ano
São Paulo/Fortaleza Apesar dos sinais de desaceleração da economia, o consumo de combustíveis e de energia elétrica teve forte crescimento no início do ano. Em janeiro, última informação disponível na Agência Nacional de Petróleo (ANP), a venda de gasolina e etanol das distribuidoras para os postos cresceu 10,4% ante igual mês de 2013. E, no primeiro bimestre, a demanda residencial de eletricidade aumentou 10,6%, segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Apesar de o governo controlar o preço da gasolina nas refinarias, a cotação do combustível no posto está em alta, o que confirma a força da demanda, sustentada pelo emprego e pela renda, ainda em patamares favoráveis. Na semana passada, por exemplo, o preço médio do litro de gasolina na bomba era igual ou maior que R$ 3 em 12 das 27 capitais pesquisadas pela ANP. No Ceará, o combustível era revendido a uma média de R$ 2,928, sendo que, em Fortaleza, estava a R$ 2,878.É bem verdade que parte da alta se deve à entressafra da cana-de-açúcar, já que o etanol é misturado à gasolina. No mês passado, a gasolina subiu 1,90% na cidade de São Paulo, segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe. O etanol ficou 6,33% mais caro em março, enquanto o IPC teve alta de 0,74%. Já a energia elétrica teve deflação de 0,02% em março.
"Como a desaceleração da economia não bateu no emprego e na massa salarial, o impacto no consumo de combustíveis é positivo", afirma a economista e sócia da Tendências Consultoria Integrada, Amaryllis Romano. Para o economista-chefe da LCA Consultores, Bráulio Borges, o que explica o avanço do consumo de combustíveis é o aumento da frota de veículos, apesar da desaceleração da economia. De 2012 para 2013, a frota nacional aumentou 6%. Foram mais 2,2 milhões de veículos que demandaram combustíveis.
Renda
Para a economista-chefe da consultoria Rosenberg Associados, Thaís Zara, a política do governo de interferir em dois preços importantes da economia – o do combustível e da energia elétrica – é o fator que mais pesou no aumento do consumo.
Fonte: Diário Online (Jornal Diário do Nordeste)