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Publicado em: 06/11/2014

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SEM CONGESTIONAMENTO - CSP reduz chegada de navios e desafoga Porto

Uma nova embarcação com materiais da usina foi atracada no Pecém ontem, sem interferir nas demais operações

Após gerar congestionamento no Porto do Pecém, por conta do intenso fluxo de navios com equipamentos para a sua instalação, a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) já está reduzindo a entrada de cargas pelo terminal portuário. Ontem, um novo navio com materiais da usina foi atracado, mas a Cearáportos, administradora do porto, diz que a situação já foi normalizada.

"O plano já foi colocado em prática e permitiu a redução de cargas no porto. Hoje, a CSP opera com o mínimo de carga solicitado pela Cearáportos para manter um fluxo constante de cargas entre o porto e o canteiro de obras. Como consequência, o porto está operando as cargas de safra sem nenhuma interferência com as cargas do projeto", afirma a CSP, por meio de sua assessoria de imprensa.

O período de safra vai, normalmente, do fim de agosto até dezembro ou janeiro. Neste ano, por conta da seca, a safra está atípica e não se sabe até quando se estenderá. Contudo, segundo informa o diretor de Infraestrutura e Desenvolvimento Operacional da Cearáportos, Wladir Frota Sampaio, não está havendo nenhum problema no escoamento dos produtos agrícolas.

Rotatividade

Atualmente, explica, existem quatro navios fundeados no Pecém com materiais para a CSP. O primeiro foi autorizado para atracar ontem. Quando este sair, o segundo aportará, e da mesma forma ocorrerá com os demais. "Há uns três ou quatro meses, a CSP tinha 3.500 contêineres cheios. Nós solicitamos um limite de 500 contêineres cheios em rodízio e, hoje, eles estão com menos de 700, chegando ao ideal", informa Frota. Com carga solta, ele aponta que a siderúrgica chegou a ter 120 m³ armazenados no porto. A meta solicitada foi de 50 mil m³ e, no momento, a CSP está com 35 mil m³.

A assessoria de imprensa da CSP informou, em nota, que o pico de chegada de navios já ocorreu. "Daqui em diante, até maio de 2015, o fluxo será reduzido paulatinamente", assinala. Até lá, a empresa espera a chegada de mais sete embarcações, totalizando, em contêineres, aproximadamente 3.400 unidades. "Desde o inicio do projeto, em 2012, a CSP já recebeu 43 navios com cargas soltas, somando aproximadamente 1,1 milhão de metros cúbicos de cargas. Deste total, foram 16 navios com 460.000 metros cúbicos neste ano de 2014. A maior parte dos equipamentos vem da Coreia do Sul", acrescentou.

Em média, a CSP recebe 120 operações todos os meses, que são, basicamente, peças e materiais que constituem os equipamentos industriais da usina (alto-forno, sinterização, coqueria, central elétrica, forno da aciaria e lingotamento contínuo, entre outros). Até o fim das obras, serão contabilizados 1,6 milhão de metros cúbicos de cargas.

Todas as cargas da CSP chegam pelo Porto do Pecém, apesar de o Porto do Mucuripe já ter sido sondado algumas vezes - inclusive na semana passada - sobre a disponibilidade de cais, segundo confirmou a Companhia Docas do Ceará (CEC). A assessoria de imprensa da CSP, entretanto, afirma que não há nenhum plano para utilizá-lo.

A CSP terá capacidade inicial para produzir três milhões de toneladas de placas de aço por ano. A unidade , que deverá entrar em operação até o fim de 2015, está com 65,44% das obras executados. Hoje, 11.049 trabalhadores estão no canteiro. Destes, 847 são sul-coreanos.

Funcionários paralisaram atividades nesta quarta

Parte dos trabalhadores da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) paralisaram, ontem, suas atividades no local. A informação foi confirmada pela Posco Engenharia & Construção Brasil - responsável pelas obras -, que disse, por meio de nota, que o movimento foi impulsionado por um "descontentamento" com alguns descontos que a empresa promoveu nos contracheques dos funcionários.

"Por razões legais, foram descontados nos contracheques do mês de novembro os encargos da remuneração total referente ao mês de outubro, o que causou descontentamento por parte dos trabalhadores, que decidiram paralisar as atividades hoje (ontem)", afirmou a Posco E&C Brasil. A empresa disse, ainda, que suas contratadas e subcontratadas já estão esclarecendo a situação com os trabalhadores a fim de retornarem às atividades.

Horas "in itinere"

A Posco informou também que, no último dia 10 de outubro, efetuou pagamento para os trabalhadores do canteiro de obras, equivalente a 220 horas, referente ao retroativo de horas "in itinere" (horas gastas no deslocamento para o trabalho). O pagamento foi fruto de uma negociação coletiva que pôs fim às reivindicações dos trabalhadores sobre o item. Procurado, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplenagem em Geral no Estado do Ceará (Sintepav-CE), que representa grande parte dos trabalhadores da CSP, disse que não há previsão de greve.

Sérgio de Sousa - Repórter

Fonte: Diário do Nordeste