SEGURANÇA NO 2º TURNO - Exército disponibiliza 2.500 homens
Desse total, parte é de Fortaleza, mas o restante vem de Crateús, no Interior, Pernambuco e Piauí
Um reunião na sede do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) definiu, ontem, juntamente com os representantes da Secretaria da Segurança Pública e do Comando da 10ª Região Militar, como será o trabalho das tropas federais que irão auxiliar a manter a ordem do segundo turno do pleito no próximo domingo.
Ao todo, 2.500 homens do Exército ficarão à disposição de representantes da Justiça Eleitoral espalhados pela Capital e outros quatro municípios da Região Metropolitana de Fortaleza desde a instalação das seções eleitorais até o fim da apuração dos resultados da votação.
No plano de segurança montado para o segundo turno, o comandante da 10ª Região Militar, general Freire Gomes, explicou que os 2.500 homens serão subdivididos em 19 zonas eleitorais e, em cada uma delas, um oficial do Exército vai acompanhar o juiz responsável para garantir a agilidade no atendimento a qualquer demanda que venha a ser solicitada no dia do pleito.
O general Freire Gomes assegurou que, assim como detalhava a solicitação do TRE ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as tropas federais irão atuar nas 13 zonas eleitorais espalhadas por Fortaleza. Outras duas zonas localizadas em Maracanaú também irão receber o apoio do efetivo, mais duas do Município de Caucaia, uma em Maranguape e, por fim, a zona de Pacatuba.
Constituição
"O papel do Exército aqui está claramente definido na nossa Constituição. Então, houve uma solicitação do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará ao Tribunal Superior Eleitoral que, por sua vez, solicitou a presença e o apoio do Exército em Fortaleza. Então, estamos cumprindo uma determinação do Ministério da Defesa e nós estaremos em todas essas zonas eleitorais com a presença da nossa tropa à disposição da Justiça Eleitoral para eventuais solicitações que se façam necessárias na área", esclareceu o general.
Dos 2.500 homens previstos para o auxílio no segundo turno, aproximadamente 1.500 já são de Fortaleza, segundo o general Freire Gomes. Para completar o efetivo, no entanto, o comandante da 10ª Região Militar ressaltou que foi solicitado o apoio do efetivo do Exército alocados em Crateús, no Interior do Estado, nos municípios de Recife e Garanhuns, em Pernambuco, e em Teresina, no Estado do Piauí.
O comandante da 10ª Região também antecipou que parte do efetivo previsto já está em deslocamento para os municípios onde irão atuar para iniciar a preparação do trabalho para o próximo domingo.
O secretário da Segurança Pública, Servilho Paiva, justificou que outras reuniões internas com o comando da 10ª Região deverão ser feitas para ajustar os detalhes da preparação do efetivo. "A gente já vem dialogando sobre como proceder e os detalhes devem ser ajustados no decorrer desses dias", revelou.
Servilho Paiva alegou que a construção do plano de segurança deve ser realizado de forma conjunta para evitar que determinadas zonas eleitorais da Capital e da Região Metropolitana de Fortaleza sejam reforçadas com um número de militares mais expressivo do que outras áreas previamente definidas para receber o apoio das tropas federais neste segundo turno.
"Eles são responsáveis por estarem juntos aos juízes eleitorais nas áreas que foram definidas. (?) A construção em conjunto é para que não haja sobreposição de efetivo. Muito num lugar, pouco num outro", acrescentou Servilho Paiva.
Ordem
O comandante da 10ª Região Militar alertou também que as tropas federais darão apoio apenas perante às demandas da Justiça Eleitoral, enquanto que a preocupação com a manutenção da ordem pública em assuntos que fogem à esfera da legislação eleitoral irão continuar como de responsabilidade dos órgãos que compõem a Secretaria da Segurança Pública do Estado.
"Nós estamos aqui por solicitação do Poder Judiciário. Nosso trabalho é a garantia da lei e da ordem com relação à votação e apuração das eleições. O trabalho da segurança pública vai continuar em paralelo. Na verdade, o comando das tropas militares é da 10ª Região Militar. Estamos aqui para apoiar a Justiça Eleitoral. Não estamos trabalhando na parte de segurança pública", pontuou o general.
Após a reunião, o secretário Servilho Paiva evitou rebater as críticas feitas pelo Ministério Público Eleitoral e destacadas em ofício apresentado ao Tribunal Regional Eleitoral. O titular da Pasta negou que a necessidade de receber o auxílio das tropas federais neste segundo turno representem algum sinal de ineficiência do setor.
"Quando a gente exerce um cargo público, a gente está sujeito à crítica, porque vamos para a vitrine. Garanto a todos cearenses que um melhor trabalho não poderia ter sido feito. A nossa preocupação vem desde o primeiro turno, acompanhando através da inteligência as partes que demonstraram não ter essa isenção", alegou.
Durante o encontro, Servilho Paiva comemorou o apoio das tropas federais ao ressaltar que o Exército será mais um aliado na busca de garantir a isenção no próximo domingo. "Mais um parceiro que vai contribuir para que o pleito seja mais tranquilo, mais isento e que os cearenses possam votar naqueles que eles acharem como a melhor opção", destacou o secretário.
Além das tropas federais, Servilho Paiva lembrou também a quantidade de policiais militares que irão atuar no pleito. Assim como no primeiro turno, o secretário afirmou que 10 mil homens estarão voltados para fiscalizar ilícitos eleitorais. "Os mesmos 10 mil policiais militares, acionados no 1º turno, estarão presentes no 2º turno, prontos para coibir qualquer ação irregular nas eleições", acrescentou.
O procurador regional eleitoral, Rômulo Conrado, disse agora esperar que a presença do Exército nessas áreas mais críticas assegure maior efetividade na garantia de isenção na realização do pleito. "Nós esperamos que, com a presença do Exército e esse reforço federal determinado pela Justiça Eleitoral, haja uma maior efetividade do policiamento", frisou.
Fonte: Diário do Nordeste