Pular para o conteúdo principal

Publicado em: 28/03/2014

Categoria

SEGUNDO O BC - Expectativa para o reajuste de energia vai a 9,5%

28/03/2014.

A projeção de elevação na tarifa de energia foi revista pelo Banco Central em seu relatório trimestral de inflação

Brasília O Banco Central espera um reajuste da tarifa de energia elétrica de 9,5% em 2014, de acordo com o Relatório Trimestral de inflação divulgado ontem. A projeção anterior era de 7,5%. Era esse o número que constava da ata do Copom (Comitê de Política Monetária) do final de fevereiro, quando a instituição subiu a taxa básica de juros 10,50% para os atuais 10,75% ao ano.

O diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo, afirmou que o modelo de previsões do BC não tem como incorporar, por exemplo, o pacote anunciado recentemente pelo governo para equilibrar as contas do setor elétrico. A instituição também não se manifestou sobre a possibilidade de racionamento e o seu impacto nos preços. Disse apenas que o número considera as condições de oferta e demanda de energia.

Gasolina

Hamilton citou a política de adiamento de reajuste de preços administrados, como energia, gasolina e transportes, como um dos fatores que atrapalham o trabalho da instituição de administrar as expectativas de inflação.

"É um vento contrário, porque certamente as expectativas de inflação trabalham com a correção desses preços em algum momento. Então dificulta a administração dessas expectativas", afirmou. A instituição não divulgou sua projeção para o reajuste da gasolina. Informou apenas que, até fevereiro, o aumento foi de 0,6%. Na ata do Copom, a previsão era de estabilidade no preço em todo o ano. O BC reviu também a projeção de reajuste do conjunto de preços administrados de 4,5% para 5%, tanto em 2014 como em 2015.

Estouro da meta

A expectativa de inflação mais alta e a revisão dos preços administrados estão entre os fatores que fizeram o BC elevar suas projeções de inflação neste e no próximo ano. A projeção que considera o nível atual dos juros e um câmbio dentro da média recente subiu de 5,6% para 6,1% para 2014. Será o segundo ano seguido de aumento do IPCA, que ficou em 5,9% em 2013 e 5,8% em 2012. O IPCA chegaria a 6,4% em setembro, próximo do centro do limite de tolerância da meta, que é de 6,5%. Segundo o BC, a chance de estouro do teto da meta no fim do ano é de 38% nesse cenário.

Risco para a inflação

"O Copom entende que uma fonte relevante de risco para a inflação reside no comportamento das expectativas de inflação, impactadas negativamente nos últimos meses pelo nível da inflação corrente, pela dispersão de aumentos de preços e pelas incertezas que cercam a trajetória de preços com grande visibilidade, como o da gasolina e os de alguns serviços públicos, como eletricidade", diz o documento.

Ao apresentar os números, o diretor do BC citou ainda como fatores para a revisão índices acima do esperado em meses recentes e o choque no preço dos alimentos. Carlos Hamilton disse que o BC divulga projeções para os próximos 24 meses.

Nesse horizonte, a inflação deve recuar gradativamente até 5,4%. Confirmadas as previsões, a inflação ficaria em todo esse período acima do centro da meta (4,5%). A instituição disse que parte do efeito do aumento dos juros já realizado ainda terá efeito sobre os preços e que continuará vigilante.

PIB vai crescer só 2%

A economia brasileira deve crescer 2%, este ano, reduzindo o ritmo em relação a 2013. A projeção também é do Banco Central (BC). No ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no País, cresceu 2,3%. De acordo com as projeções do BC, o crescimento para a produção da indústria em 2014 é de 1,5%, ante 1,3% registrado em 2013.

O crescimento do setor de serviços em 2014 foi projetado em 2,2% (contra 2% medidos em 2013). A produção agropecuária também deve crescer menos este ano: 3,5%, ante 7% observados em 2013.

Famílias

O consumo das famílias deve se expandir 2% (2,3% registrados em 2013). Segundo o relatório esse crescimento será "amparado no cenário de manutenção das baixas taxas de desemprego e de ganhos reais de salários moderados", aponta o relatório.

O consumo do governo deverá aumentar 2,1% e a Formação Bruta de Capital Fixo (investimentos), 1%, ante 1,9% e 6,3%, respectivamente, registrados em 2013). Já as exportações e importações de bens e serviços devem crescer 1,3% e 0,9%, respectivamente, em 2104, ante elevações de 2,5% e 8,4%, no ano passado.

Aneel: Coelce foi a melhor distribuidora em 2013

Brasília/Fortaleza A Companhia Energética do Ceará (Coelce) foi a distribuidora que registrou o maior nível de qualidade do serviço no ano passado, apontou ranking da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A lista considera as empresas com mercado faturado anual maior que 1 Terawatt-hora (TWh) e é publicada desde 2012. Na última edição, a Coelce ficou na segunda colocação.

Para fazer o ranking, a Aneel leva em conta dois indicadores, que mostram o tempo e a quantidade de vezes que o consumidor ficou sem luz no ano. De acordo com o diretor institucional e de comunicação da Coelce, José Nunes Almeida, o bom desempenho da companhia nesses dois quesitos foi o que levou a empresa ao primeiro lugar da lista. "Durante todo o ano, faltou energia aos cearenses durante um total de 9,12 horas, um resultado bem abaixo do registrado em outros estados brasileiros, que tiveram até 30 horas sem energia. Isso também só aconteceu cinco vezes em 2013. Um ótimo resultado para o Ceará", explica.

Piores do País

Ainda segundo a Aneel, as distribuidoras de energia elétrica que atendem os consumidores do Rio de Janeiro e de Brasília, além dos estados de Goiás, Pará e Alagoas foram as que registraram a pior qualidade do serviço em 2013. Na lista das 35 maiores empresas do País, a última posição é da Celg (Goiás), seguida por Light, Celpa, Ceal e CEB.

Desde o ano passado, a posição é um dos itens considerados na aplicação dos reajustes tarifários. Assim, quem tem desempenho pior obtém um reajuste menor, e quem tem mais qualidade obtém um reajuste maior.

Menor porte

Entre as distribuidoras de menor porte (mercado igual ou inferior a 1 TWh), as melhores colocadas foram a Empresa Força e Luz João Cesa (Santa Catarina); Forcel (Paraná); e Mux Energia (Rio Grande do Sul).

 

Fonte: Diário Online (Jornal Diário do Nordeste)