PROJEÇÃO PARA 2014 - Mais inflação e menos expansão
18/02/2014.
São Paulo/Rio. Sinais de perda de fôlego na economia no fim do ano passado reduziram as expectativas de uma retomada mais forte da atividade em 2014. As previsões de crescimento do início do ano já indicavam inclusive um desempenho mais fraco do que em 2013 e o cenário se deteriorou ao longo de janeiro e no início deste mês com a divulgação de novos dados: a projeção caiu para baixo de 2%.
Consulta do Banco Central para o Boletim Focus, divulgado semanalmente, mostrou ontem nova piora. Para os economistas, a economia deve crescer 1,79% em 2014. Na semana anterior, a previsão era de alta de 1,9%. A revisão reflete uma perda de dinamismo no final do ano passado, quando o varejo e a indústria surpreenderam negativamente e tiveram desempenho bem abaixo do previsto.
O indicador de atividade do BC sugere que o país pode ter terminado o quarto trimestre com uma retração pelo segundo período seguido e forçou uma nova rodada de revisões para este ano. O Itaú, por exemplo, reduziu de 1,9% para 1,4% a expectativa para o avanço do PIB em 2014. Além do efeito estatístico de um ano para o outro, entram no radar de obstáculos as barreiras comerciais da Argentina, a alta nos juros, inflação elevada e a desvalorização do real. O dólar, aliás, deve chegar a R$ 2,58 no final do ano e a taxa básica de juros deve alcançar 11,25%, segundo as projeções reunidas no boletim.
IGP-10 desacelera
A boa fase das commodities agrícolas contribuiu para desacelerar a inflação em fevereiro. O Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) subiu 0,30%, depois de avançar 0,58% em janeiro, informou a FGV. No curto prazo, a tendência é de que o indicador permaneça neste patamar, com os preços no atacado sem ganhar muita força, enquanto o ritmo de avanço dos preços ao consumidor, ainda elevado, deve se reduzir à metade em março.
A estiagem prolongada acendeu a luz amarela para os agricultores, mas não ao ponto de impactar preços.
Fonte: Jornal Diário do Nordeste