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Publicado em: 10/06/2015

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Produção industrial cearense tem pior resultado desde 2003

A produção industrial do Ceará, ajustada sazonalmente, recuou 7,9% em abril, frente ao mês imediatamente anterior, segunda taxa negativa seguida neste tipo de confronto – período em que acumulou perda de 11,5%. A queda acentua a perda registrada em março (3,9%) e é a mais intensa do País, no período analisado, sendo o Estado acompanhado de Bahia (5,1%), Amazonas (5,1%) e Pernambuco (4,6%), entre as maiores perdas. As informações constam da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física Regional (PIM-PF), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada ontem.

O levantamento aponta que o resultado desse mês foi o pior registrado desde maio de 2003, queda de 8,2%, e muito acima da média nacional, recuo de 1,2%. Com isso, ainda na série com ajuste sazonal, o índice de média móvel trimestral apontou queda de 3,6% no trimestre encerrado em abril frente ao nível do mês anterior, mantendo, assim, a trajetória descendente iniciada em setembro de 2014.

Na comparação com abril de 2014, a produção industrial cearense recuou 14,7% no índice mensal de abril de 2015 - a quarta taxa negativa consecutiva e a mais intensa desde julho de 2011 (21,0%). Segundo o IBGE, o índice negativo acumulado, nos quatro primeiros meses do ano, mostrou redução de 8,2%, intensificando o ritmo de queda verificado no último quadrimestre de 2014 (4,1%) – ambas as comparações contra iguais períodos do ano anterior. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos 12 meses, ao recuar 5% em abril de 2015, manteve a trajetória descendente iniciada em fevereiro de 2014 (8,5%).

Comportamento

No índice mensal, a produção da indústria cearense recuou 14,7% em abril de 2015 frente a igual mês do ano anterior, e teve perfil disseminado de taxas negativas, já que dez dos onze ramos pesquisados apontaram queda na produção. Os principais impactos negativos sobre o total global foram registrados pelos setores de couros, artigos para viagem e calçados (16,9%), de produtos têxteis (37,9%) e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (26,8%), pressionados, em grande parte, pela menor produção de calçados de plástico moldados (masculinos e femininos), no primeiro ramo; de tecidos de algodão tintos ou estampados (exceto combinados) e fios de algodão retorcidos, no segundo; e de asfalto de petróleo, óleos combustíveis e óleo diesel, no último.

Outras contribuições negativas relevantes foram observadas nos ramos de metalurgia (28,7%); de bebidas (19,6%); de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (15,2%); de confecção de artigos do vestuário e acessórios (6,7%); de produtos alimentícios (5,2%), e explicados, em grande parte, pela menor fabricação de tubos, canos e perfis ocos de aço com costura, no primeiro; de cervejas, chope e aguardente, no segundo; de fogões de cozinha e reguladores de voltagem automáticos, no terceiro; de calças compridas de uso masculino (exceto de malha), camisas, blusas e semelhantes de malha de uso feminino e sutiãs (de malha ou não), no quarto, e de farinha de trigo e castanhas de caju torradas e salgadas, no último.

O único impacto positivo, sobre o total da indústria, veio do setor de outros produtos químicos (29,1%), impulsionado, em grande medida, pela maior fabricação de herbicidas, inibidores de germinação e reguladores de crescimento para plantas, informa a pesquisa. “A gente percebeu movimento menor na indústria do Ceará no setor de derivados do petróleo e biocombustíveis e olhando para comparação mensal, o produto que mais cai foi o asfalto de petróleo. Provavelmente, o que mais pressionou a queda do Ceará de março para abril”, avaliou o pesquisador da Coordenação de Indústria do IBGE, Rodrigo Lobo.

Situação está complicada em 13 locais pesquisados

No País, em 13 dos 14 locais pesquisados pelo IBGE, apresentaram retração no setor industrial. Foi o pior resultado em número de regiões com queda de produção desde dezembro de 2008, quando a atividade do setor também cresceu só em um local. Na série com ajuste sazonal, o total da indústria apontou recuo de 1,1% no trimestre encerrado em abril de 2015 frente ao nível do mês anterior e manteve a trajetória descendente iniciada em outubro de 2014.

Na comparação com igual mês do ano anterior, o setor industrial mostrou redução de 7,6% em abril de 2015, com 13 dos 15 locais pesquisados acompanhando o movimento de queda na produção. Já no indicador acumulado para o primeiro quadrimestre de 2015, frente a igual período do ano anterior, a redução na produção nacional alcançou 12 dos 15 locais pesquisados, com nove registrando queda com intensidade superior à média nacional (6,3%).

Fonte: O Estado do Ceará