Pequenos negócios em baixa; sobe a qualidade
16/05/2013.
Rio. Estudo apresentado ontem no 25º Fórum Nacional, no Rio, pelo ministro interino de Assuntos Estratégicos e presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcelo Neri, mostra uma redução do número de pequenos empreendimentos no Brasil em dez anos.
A taxa de empreendedorismo era 26,29%, em 2000, e caiu para 23,05%, em 2010. Para Marcelo Neri, apesar da diminuição, o saldo é positivo."O que cai, realmente, são os negócios de subsistência, enquanto crescem o emprego formal e os negócios com potencial de acumulação e crescimento", avaliou o ministro.
No período de dez anos compreendido entre 2003 e 2013, aumentam de 27% para 35% os negócios com probabilidades de maior lucro, enquanto os empreendimentos com menores oportunidades caem de 26,65% para 14,15%. "Ou seja, é um sinal de prosperidade, oportunidade e menor vulnerabilidade", disse, em entrevista à Agência Brasil. O ministro ressaltou que ao mesmo tempo há um processo de redução das desigualdades nesse setor heterogêneo.
Tomando por base o índice de Gini (cálculo usado para medir a desigualdade social, desenvolvido pelo estatístico italiano Conrado Gini, em 1912), verifica-se uma queda de 10 pontos percentuais dos lucros, revelando negócios mais homogêneos.
Lucratividade
"E o que sobe são negócios comandados por mulheres, por negros, pessoas da periferia, cidades nordestinas. Ou negócios menores, abertos há mais tempo, sem cooperativa, sem curso técnico". O lucro cresceu mais em todos os empreendimentos associados a um lucro menor, observou Neri.
"Parece um espetáculo de crescimento a preços populares, onde a primeira fila é ocupada por pessoas que você não esperava, como negros, mulheres, da periferia, por exemplo".
Fonte: Diário do Nordeste