PAÍS EM 12 MESES - Construção demite 467 mil pessoas
São Paulo. A construção civil brasileira registrou queda de -0,83% no nível de emprego em fevereiro na comparação com janeiro. Foram fechados 23,9 mil postos de trabalho, levando em conta os fatores sazonais.
De acordo com pesquisa do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), feita em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), em 12 meses foram demitidos 467,7 mil trabalhadores. O estudo é feito com base em informações do Ministério do Trabalho e do Emprego.
As regiões do País que registraram os piores resultados em fevereiro foram a Norte (-2,50%, o que representa o fechamento de 4.217 postos de trabalho) e a Nordeste (-1,01%, com a eliminação de 6.072 vagas formais). Em seguida, aparecem o Sudeste (-0,73%, ou a redução de 10.740 empregos) e o Sul (-0,49%, menos 2.189 trabalhadores). Já a menor retração, conforme a pesquisa, ocorreu na região Centro-Oeste (-0,36%), onde, no período, foram fechados 775 empregos no setor.
Segmentos
O segmento de engenharia e arquitetura teve a maior retração (-1,66%) em fevereiro ante janeiro, seguido pelo setor imobiliário (-1,15%). No acumulado de 2016, contra igual período do ano anterior, o setor imobiliário apresentou a maior queda (-17,73%).
Ceará
Considerando os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, o Ceará apresentou resultado positivo na geração de vagas de trabalho na construção civil no mês de fevereiro. Conforme o Caged, o setor cearense gerou 1.166 postos de trabalho com carteira assinada no segundo mês deste ano. O resultado pode indicar uma melhora da atividade também nos próximos meses, embora alguns representantes do setor não acreditem nisso, devido ao atual cenário de crise política e econômica do País.
Recuperação
O presidente do Sinduscon-SP, José Romeu Ferraz Neto, disse não acreditar na recuperação do emprego na construção brasileira nos próximos meses. "O setor está desempregando pelo 17º mês consecutivo. Mesmo se, como queremos, a crise política tiver um desfecho rápido dentro da legalidade, novos investimentos ao longo deste ano resultarão em obras mais adiante, e somente então se iniciará uma retomada do emprego", afirmou.
Fonte: Diário do Nordeste