OPERAÇÃO FIDÚCIA - Dois investigados continuam no Exterior
Fernando Carneiro e o superintendente da CEF, Antonio Franci, são considerados foragidos
Dois suspeitos na Operação Fidúcia da Polícia Federal (PF), que investiga esquema de fraude entre R$ 20 milhões e R$ 100 milhões em financiamentos na Caixa Econômica Federal (CEF), continuam no Exterior e não se apresentaram para interrogatório. Para a PF, ambos são considerados foragidos.
Waldir Xavier, advogado de Antonio Carlos Franci, superintendente da Caixa que teve prisão temporária decretada, disse que estuda a estratégia do seu cliente voltar dos Estados Unidos apenas depois que a prisão temporária dele for revogada. “Ele vai se apresentar em breve período. Já foi comunicado pela Justiça Federal e ficou surpreso. Por enquanto, há um pedido pendente nosso de revogação da prisão”.
Já Flávio Jacinto, advogado do empresário Fernando Hélio Carneiro, que mora no Exterior - local não foi revelado -, informou que aguarda a revogação da prisão preventiva do seu cliente para que ele possa se apresentar à PF. “A gente tem que entender que toda pessoa suspeita tem o direito constitucional de responder em liberdade”, defende.
Segundo informações do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, em Recife, três pedidos de liberdade de prisão preventiva foram negados pelo juiz Francisco Luiz Rios Alves da 32ª Vara da Justiça Federal. Os nomes dos investigados que tiveram soltura negada não foram revelados.
Outras situações
O empresário José Hybernon Cysne Neto, preso preventivamente no Rio de Janeiro, já foi interrogado e ainda encontra-se na capital fluminense. “O pedido de transferência para cá (Fortaleza) tem parecer favorável da Polícia Federal e está no Ministério Público Federal para colher parecer. Ou seja, ainda não foi decidido. Já pedimos revogação da prisão ao juiz” informa Holanda Segundo, advogado assistente de Leandro Vasques, que representa o empresário.
Israel Batista, Ricardo Carneiro e Diego Carneiro, que são os investigados em prisão preventiva, continuam em mesma cela na Delegacia de Capturas, no bairro José Bonifácio, juntamente com outros presos acusados de violência doméstica. Isso porque o prédio da Superintendência Regional da PF continua em obras, que deve se estender até meados de abril.
O advogado de Joacy Nogueira Oliveira e Francisco Evandro Cavalcante, prevê que o inquérito da PF deve durar pelo menos 2 meses. Enquanto isso “não há nenhuma restrição de viagem de qualquer natureza imposta pelo juiz. A única obrigação deles (dos que prestaram interrogatório e já foram soltos) é manter seus endereços atualizados e atender aos chamados da Justiça”, esclarece Holanda.
Assim como os outros advogados, Henrique Davi Lima Neto, que representa David Athila, ex-gerente de Pessoa Jurídica da Caixa, acredita que as prisões foram desnecessárias. “Caracterizam-se como cumprimento de pena antecipado. Depois, quem se recusasse a prestar algum depoimento, aí poderia pedir a prisão”.
Fonte: O Povo