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Publicado em: 05/02/2015

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O QUE PRECISA MUDAR NA PETROBRAS - Eleição da nova diretoria da Petrobras será nesta sexta-feira, 6

A saída de Graça Foster e de outros cinco membros da diretoria da Petrobras foi confirmada. Nova direção vai ser eleita amanhã. Economistas analisam o que precisa mudar para dar novo rumo à estatal

Melhoria na governança, menor intervenção do Governo Federal e maior demonstração de transparência é o que o mercado espera da Petrobras. O momento é de juntar os cacos que corrupção, preço do petróleo, caixa negativo e cancelamento de investimentos causaram. Graça Foster renunciou à presidência da estatal, com outros cinco diretores. O novo corpo diretivo será escolhido amanhã pelo conselho de administração da empresa - no qual o Governo tem sete dos dez assentos.

O mercado é movido também de expectativas, de crenças do que pode acontecer. O que se espera é que a nova direção seja pautada nas melhores práticas de gestão, o que não vinha sendo demonstrado como regra. “Quem for assumir tem que passar credibilidade. Embora seja uma técnica de carteirinha, Graça Foster é muito ligada à presidente Dilma Rousseff. O mercado responde negativamente com qualquer coisa que altere a capacidade técnica de resposta que a companhia precisa ter”, avalia Célio.

Ele reforça que a questão política é secundária nesse novo cenário, tanto que um dos principais nomes cotados para assumir a presidência é o ex-Banco Central, Henrique Meirelles, nome muito ligado ao ex-presidente Lula. “Quando atuou, Meireles demonstrou independente e técnico. O (Roger) Agnelli (outro cotado) foi até de outro governo, mas fez excelente trabalho na Vale”, analisa Célio.

Para o economista e professor universitário, Henrique Marinho, o mercado desconfia de que Graça saiba de algo sobre os escândalos pelos quais passa a Petrobras. “No curto prazo, não há o que fazer. É retirar a sujeira debaixo do tapete. A maior empresa brasileira tem que sair das páginas policiais. Deveria ter sido feita (a troca no comando) há muito tempo. Era para ter saído quando começou a gerar dúvida”, ressalta.

A transparência é um dos caminhos a serem seguidos, para retomar a confiança do investidor. A forma como será conduzia a Operação Lava-jato será um ponto de sustentação para o próximo gestor. “As ações devem estar atreladas a um processo de investigação pleno da empresa. Isso vai gerar transparência aos acionistas sobre a atual situação financeira da empresa e suas perspectivas futuras”, destaca o economista Ricardo Coimbra.

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, ontem que a renúncia de Graça Foster irá fortalecer a empresa e que o novo comando deve seguir as linhas gerais da atual gestão, entre elas a política de privilégio ao conteúdo nacional. “Para mim, o mais importante é a gente fortalecer a Petrobras. É mostrar que é uma empresa que tem recursos, inclusive para o futuro do País. Nós temos que manter as políticas de conteúdo nacional da Petrobras que garantem empregos, garantem o crescimento do País”.

Desgaste emocional

Nos últimos dias, Graça começou apresentar sinais do desgaste emocional. A Dilma, lamentou o fato de seu prédio ter sido cercado por manifestantes, levando sua família a constrangimentos. Ela, entretanto, estava disposta a atender o último pedido da chefe de ficar por um pouco mais de tempo. Acabou surpreendida pela recusa dos demais diretores, que não quiseram prolongar ainda mais o que chamaram de processo de ‘’fritura’’ nos cargos.

Com a confirmação da saída de Graça, as ações da Petrobras chegaram a subir 7%, mas fecharam em alta de 0,2% para preferenciais, a R$ 10,2, e as ordinárias, de 1,12%, a R$ 9,90. (com agências)

SERVIÇO

Acompanhe a cotação das ações da Petrobras no Site: http://bit.ly/1imykPC

Saiba mais

Além de Graça Foster, quem sai

José Carlos Cosenza (Abastecimento); José Antonio de Figueiredo (Engenharia) ; José Alcides Santoro (Gás e Energia) ; Almir Barbassa (Finanças) ; José Formigli (Exploração e Produção) ; José Eduardo Dutra (Serviços).  

 Nomes cotados para substituir Graça

Henque Meireles (ex-Banco Central); Rodolgo Landim (ex-OGX); Roger Agnelli (ex-Vale); José Carlos Grubisich (ex-Braskem); Alexandre Tombini (atual BC); Luciano Coutinho (atual BNDES) e Murilo Ferreira (atual Vale).

 

Repórter: Andreh Jonathas

Fonte: Jornal O Povo