O POVO ECONOMIA - CE precisa de mais investimentos por habitante na saúde
O Ceará tem muitos desafios para 2016 e eles não se resumem apenas à esfera econômica. O Estado, por exemplo, continua penalizado por investimentos menores do governo federal na área de saúde. Ontem, no retorno das atividades na Assembleia Legislativa, o governador Camilo Santana fez um balanço dos resultados, inclusive na saúde e educação, gerando questionamentos da oposição.
Um dos pontos controversos está no que é gasto atualmente. Hoje, segundo o deputado Carlos Matos (PSDB), conforme dados do Ministério da Saúde de 2014, e que viriam se mantendo, o Ceará gasta quase quatro vezes mais recursos do que a União nessa área no Estado. A média de investimento do Ceará gira em torno de R$ 1,5 bilhão somente no segmento de saúde, dos quais cerca de R$ 400 milhões são repassados pela União.
O parlamentar diz que o Ceará tem feito a conta errada e deve pensar nos investimentos em relação ao número de habitantes para cobrar o bônus eleitoral. Ou seja, a confiança dos eleitores locais que elegeram a presidente Dilma Rousseff.
Na avaliação do parlamentar, o governo federal continua priorizando Pernambuco em relação ao Ceará. Pelos números do deputado, enquanto a União aplica R$ 40 por habitante no Estado; em Pernambuco, a média é de R$ 137.
Em tempos de Zika e de risco de uma geração de bebês com microcefalia, o assunto é mais que pertinente e a provocação é válida.
INOVAÇÃO - ATIVIDADES PROMISSORAS
A área de saúde não representa apenas uma necessidade básica. Do ponto de vista econômico também pode ser um dos segmentos mais promissores, principalmente quando associada a tecnologias da informação. Estudo realizado pela Fiec, que apresenta 13 atividades com potencial de desenvolvimento, comprova essa tese.
Para o setor aproveitar melhor o seu potencial, o deputado Carlos Matos defende investimentos maiores em inovação. Não seria uma ótima ideia, por exemplo, a produção de uma vacina contra o vírus da Zika?
CSP - EXPORTAÇÕES MAIS PROMISSORAS
Há uma expectativa de salto nas exportações do Ceará, em 2016, com a entrada das operações da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP). Toda a produção da companhia será destinada ao mercado externo. A fruticultura também representa outra esperança, com o real mais desvalorizado e possíveis parcerias com o mercado asiático.
GOVERNO - SETOR TÊXTIL AINDA NA LISTA DE INCENTIVOS
Mesmo com as contas apertadas do governo, alguns setores têm chances de receber benefícios fiscais em 2016. Um exemplo disso é a área têxtil: desde o ano passado vem sendo costurado um pacote de incentivos ao setor, mas havia divergências em relação às alíquotas.
Os sindicatos ligados à indústria têxtil e de confecção elaboraram uma proposta que está em estudo pela Secretaria da Fazenda. Apesar da queda das receitas do Estado, o secretário Mauro Filho afirma que o governador Camilo Santana garantiu que áreas consideradas prioritárias receberão benefícios. A pergunta agora é quando sairá à isenção.
Fonte: Coluna Neila Fontenele – Jornal O Povo