Michel Temer discute reforma da previdência com sindicalistas
Reunião foi anunciada pelo deputado Paulo Pereira, que também é sindicalista. Pauta será a reforma da previdência, tema já citado pelo novo ministro da Fazenda, Henrique Meireles, mas a CUT não deve comparecer
O presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), se reune hoje à tarde, em Brasília, com representantes de centrais sindicais para discutir a situação na previdência. O encontro foi anunciado pelo deputado federal Paulo Pereira (SD-SP), que é também presidente da Força Sindical, uma das entidades que já confirmaram presença no evento, que não deverá ter participação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), muito ligada ao PT e integrada ao movimento de contestação à legitimidade do novo governo.
Segundo palavras do próprio Paulinho, a reunião é uma iniciativa de Michel Temer para atenuar o clima criado por declarações do novo ministro da Fazenda, Henrique Meireles, que defendeu mudanças nas regras atuais da aposentadoria. O parlamentar e sindicalista diz que o tema não é tabu, pode entrar em discussão, mas dentro de uma perspectiva que preserve os direitos de quem já está no mercado de trabalho. “Dá para discutir em relação a quem começa a trabalhar agora”, adianta.
Paulinho admite como inevitável uma reforma na Previdência Social brasileira. Segundo ele, é importante que se estabeleça um sistema autossustentável ao longo do tempo, desde que como resultado de um entendimento amplo entre trabalhadores e o governo. “O que não pode é ser uma coisa imposta, de cima pra baixo”, afirmou aos jornalistas, lembrando que a gestão petista fez mudanças no sistema que alega terem representando grandes prejuízos para a classe laboral.
Além da Força Sindical, também teriam confirmado presença na reunião com Temer, segundo Paulo Pereira, a União Geral dos Trabalhadores (UGT), a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e a Nova Central Sindical dos Trabalhadores.
Nova posição
Um dos principais opositores dos governos do PT nos últimos 13 anos, Paulo Pereira praticamente obrigou o encontro de hoje de Michel Temer, a quem apoia, com os sindicalistas. Sua reação forte à declaração de Henrique Meireles, na primeira entrevista coletiva que concedeu, já na sexta-feira, abriu um princípio de crise que, para conter, o Planalto optou por promover logo o encontro.
A questão, segundo o deputado paulista, é que existe um compromisso do novo governo de não impor qualquer decisão que prejudique os trabalhadores. “Queremos que o Temer lidere o governo do diálogo”, afirmou, que as decisões sejam tomadas somente depois de ouvir os segmentos envolvidos para evitar injustiças contra os mais vulneráveis.
Números
4
centrais sindicais
teriam confirmado presença na reunião com Temer hoje à tarde
Saiba mais
Disputa pela EBC
Formado por membros do governo, do Legislativo e da sociedade civil, o Conselho Curador da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) divulgou nota em que rechaça a possibilidade de mudança na presidência da empresa. De acordo com o órgão, não há amparo legal para “substituições extemporâneas”, o diretor-presidente, Ricardo Melo possui mandato garantido pela lei e, por isso, “não pode ser destituído” pelo presidente interino da República, Michel Temer. A imprensa tem noticiado que o jornalista Laerte Rimoli foi escalado por Temer para assumir o comando da EBC.
Pauta dos prefeitos
A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) convocou os prefeitos das capitais e cidades médias para reunião emergencial na próxima quarta-feira (18) com objetivo de referendar documento com propostas a serem encaminhadas ao presidente interino, Michel Temer (PMDB). O prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), presidente da entidade, divide as reivindicações em três blocos: o de medidas estratégicas para "promover o diálogo federativo", o de medidas tidas como "urgentes" para socorro aos municípios e o de medidas denominadas "estruturantes" para o país.
Fonte: O Povo