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Publicado em: 21/01/2015

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MEDIDAS IMPOPULARES - População reage contra tributos sobre a gasolina

Apesar da indefinição dos novos preços da gasolina e do diesel, a taxação desagradou aos consumidores

Sentimentos de perplexidade, de indignação e de expectativa nortearam as opiniões de consumidores, internautas, de empresários e consultores do setor de combustíveis cearenses, diante do anúncio, pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levi, de um novo pacote de tributos, na última segunda-feira, que irão atingir, em cheio, o bolso do consumidor e refrear, ainda mais, a economia brasileira.

De uma "tacada só", Levi aumentou de 1,5% para 3%, o IOF sobre operações de crédito para pessoa física; equalizou o IPI de cosméticos e taxou em R$ 0,22, por litro, a gasolina, e em R$ 0,15, o óleo diesel, já partir de 1º de fevereiro próximo, por consequência da elevação do Pis e da Cofins e retorno da Cide, sobre os combustíveis.

"Novo aumento da gasolina e do diesel é um absurdo, porque vai impactar negativo e diretamente no preço de tudo que é movido por via rodoviária", reagiu a Bióloga e professora, Luciana Toniolli. E pra piorar, acrescentou, "nosso transporte público aumentou a passagem, em R$ 0,20, também. Somando tudo, a cada dia perdemos mais o nosso poder de compra e só vivemos para trabalhar".

Sob Avaliação

"Sabíamos que viria algum aumento, novidades para o setor, mas não imaginávamos que fosse assim", exclamou na tarde de ontem, o assessor técnico do Sindicato dos Proprietários de Postos de Combustíveis do Ceará (Sindipostos-CE), Antônio José Costa. Segundo ele, os empresários do setor ainda estão avaliando o impacto das medidas sobre os preços dos produtos, para o consumidor e às empresas.

"Ainda não temos uma avaliação fechada. Estamos (o sindicato) acompanhando as notícias como observadores", respondeu Costa, afirmando apenas que "qualquer precificação futura para a gasolina, agora, é precipitada". "A tendência é de estabilidade até o dia D, 1º de fevereiro", declarou o assessor do Sindipostos-CE, ainda dizendo acreditar na possibilidade da Petrobras absorver parte da tributação.

Pedido nesse sentido foi feito pelo Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom) na própria segunda-feira, e negada, no mesmo dia, pela Estatal petrolífera. Em nota à imprensa, a Petrobras declarou que repassará para as distribuidoras a elevação do PIS/Cofins e da Contribuição sobre os combustíveis (Cide) para os preços da gasolina e diesel nas refinarias, "ficando o preço líquido para a companhia inalterado".

Impactos

O consultor de Petróleo e Energia, Bruno Iughetti, corrobora com a declaração da Petrobras e explica que, apesar da petrolífera nada ganhar com a nova tributação, as pressões políticas e populares que sofre diante das ações judiciais que responde e dos problemas nas refinarias de Passadena, nos Estados Unidos, na Abreu Lima, no Recife e no Comperj, no Rio de Janeiro, não as permite "sair da linha" e absorver tributos nesse momento.

"A Petrobras não vai mesmo absorver esses impostos", declarou Iughetti, para quem o impacto nos preços vai sobrar mesmo para o consumidor final. "Essa tributação já estava prevista e o povão (classe C) é quem vai pagar", exclamou o consultor.

Protagonista

Buscar outros meios pode ser alternativa

Por ter um filho de dois anos, Lucas considera inviável deixar de andar de carro. Ele acredita, porém, que a alta do preço dos combustíveis fará com que vários fortalezenses encontrem outros meios de se deslocar.

Lucas Cabral

Engenheiro de computação

Carlos Eugênio - Repórter

Fonte: Diário do Nordeste