Mais de 40 mil empresas cearenses poderão aderir ao Supersimples
Mais de 40 mil empresas cearenses já existentes, vinculadas a 142 diferentes atividades, poderão aderir ao Supersimples a partir do próximo ano no Estado, depois das mudanças da nova Lei do Simples Nacional
O diretor técnico do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-CE), Alci Porto, afirma que mais de 40 mil empresas cearenses já existentes, vinculadas a 142 diferentes atividades, poderão aderir ao Supersimples a partir do próximo ano.
Sobre a nova tabela criada para as atividades que vão poder optar pelo Simples, o professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) e consultor do Sebrae-CE, Eduardo Araújo de Azevedo, considera que a carga tributária ficou muito alta. Nesse grupo a menor alíquota é de 16,93% e a maior 22,45%. “Hoje esses profissionais pagam 16,33% sobre o lucro presumido sobre qualquer valor”, pondera.
Conforme o docente, não houve uma universalização na opção pelo regime do Simples. “A lei traz uma grande ampliação, mas tem muita atividade que ficou de fora”. Como exemplo, cita o transporte municipal e intermunicipal de passageiros, produção de energia elétrica, fabricação e venda de cigarros, inserção e alocação de mão-de-obra.
O tributarista Camilo Gribl, sócio-líder em Impostos da PKFNK, companhia da área de serviços financeiros e contábeis, a mudança é benéfica porque o Brasil tem uma carga tributária, em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), em torno de 40%.
Na visão de Camilo, se há o aumento da base contribuinte, aumenta também a formalização. “Com isso, em longo prazo, pode-se até pensar em diminuir a carga tributária, ou seja, é um caminho de preparação para a reforma tributária”, conclui.
O empresário
Para o empresário cearense Anderson Luid Severo, sócio-diretor da Hanova Cosméticos, a mudança é satisfatória, porque a ideia que ele faz do Supersimples é que “simplifica por um lado mas, por outro, gera burocratização”. O empreendedor diz que possui uma Empresa de Pequeno Porte (EPP) e sabe o que é passar pela burocracia.
“Para abrir uma empresa você tem que ir a Junta Comercial fazer um registro, homologar na Secretaria da Fazenda do Estado, dar entrada do alvará na Prefeitura, ou seja, são vários departamentos distintos gerando muita morosidade”, comenta. Segundo ele, os obstáculos se estendem no tempo e requer recursos, “que são taxas que você tem que pagar sem nem ter começado a faturar”.
Sem saber ao certo tudo que vai ser modificado, Anderson acredita que sua empresa não sentirá o impacto das mudanças, mas seus fornecedores e parceiros, sim.
“Para eles, as coisas vão ficar mais fáceis. Eles tinham uma dificuldade enorme para emitir nota fiscal, tinham que pagar uma comissão alta, em torno de 17% de impostos. Agora, com a entrada deles como representante comercial no Simples, isso deve baixar para 4%”, diz, acrescentando que as mudanças causam impacto em toda a cadeia produtiva. (Janaína Marques)
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Veja lista completa das 142 atividades incluídas no Supersimples
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Fonte: O Povo Online (Jornal O Povo)