Maioria da bancada do CE na Câmara é a favor do Orçamento Impositivo
29/08/2013.
Entre os 22 parlamentares cearenses, apenas dois deputados - Ariosto Holanda (PSB) e Eudes Xavier (PT) - foram contra a proposta, que obriga o Governo a liberar parte dos recursos indicados por deputados e senadores
Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que obriga o Governo a liberar parte dos recursos indicados por deputados e senadores no Orçamento da União causou certa divergência na bancada federal do Ceará. Contudo, a maioria se posicionou a favor da ideia. Entre os 22 parlamentares cearenses, apenas dois deputados - Ariosto Holanda (PSB) e Eudes Xavier (PT) - foram contra a proposta, apelidada de PEC do Orçamento Impositivo no Congresso.
“Acho que não é de natureza dos deputados legislar em causa própria em relação ao orçamento federal. Sou a favor inclusive do fim das emendas, elas confundem o deputado com tocador de obras”, avalia Eudes Xavier. Segundo ele, ações para os Estados deveriam ser melhor debatidas durante própria votação do Orçamento.A PEC do Orçamento Impositivo foi aprovada na última terça-feira - por 376 votos contra 59 - pela Câmara dos Deputados e segue agora ao Senado. Segundo a regra atual, cada deputado e senador indica até R$ 15 milhões em emendas. A medida, no entanto, funciona apenas como “recomendação”, ficando a critério do Governo executar ou não as emendas.
Pela nova regra, o Executivo fica obrigado a executar emendas no valor total de até 1% da receita corrente líquida no ano anterior. Se a regra já estivesse em vigor, por exemplo, cada congressista poderia indicar até R$ 10,4 milhões em emendas ao Orçamento – com base nos valores de 2012.
A ideia do Governo era que a PEC fosse aprovada em conjunto com medida que obriga parlamentares a indicarem 50% das emendas para investimentos na Saúde. O limite, porém, ficou em 40%.
Em geral, emendas parlamentares tratam de obras de interesse local dos deputados e senadores, em regiões onde possuem bases eleitorais. “Fica um viés de negociação com setores empresariais, principalmente relacionado à obras. Quando a Casa não aceitou destinar 50% das emendas para saúde, desmontou até qualquer justificativa em outro sentido”, diz Eudes.
O caráter “individualista” das emendas também provocou críticas de Ariosto Holanda. “Na hora que individualiza se torna muito pessoal, abrindo margem para muita negociação. O ideal seriam emendas de Estado, focadas em projetos estruturantes e de planejamento para os Estados e regiões específicas”.
Relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2014, Danilo Forte (PMDB) defende o Orçamento Impositivo. Porém, na visão dele, a medida vem no sentido de combater o “fisiologismo” - pois a execução de emendas seria hoje utilizada como moeda para garantir aprovação de matérias do interesse do Governo.
Fonte: O Povo