MAIOR QUE PIB NACIONAL - PIB do Ceará é de 4,36%. Previsão é de crescimento
Pelo sétimo ano consecutivo o Ceará apresenta crescimento na economia melhor que a média nacional. Para 2015, expectativa é de que a economia no estado cresça 2,5%
A taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará cresceu 4,36%, em 2014, de acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece). Esse índice é superior ao resultado nacional de 0,1%. Há sete anos, os números cearenses são melhores que do Brasil. Mesmo com a indefinição econômica nacional e os indícios de retração a expectativa de crescimento para o Estado é de 2,5%.
“Poderíamos ter crescido mais. A nossa participação na riqueza do país ainda é baixa, pouco mais de 2%”, afirma Flávio Ataliba, diretor geral do Ipece. Entre setores que alavancaram o crescimento do PIB CE está o de Serviços, que representa mais de 70% da economia do Estado.
De acordo com Flávio, outro dado que contribuiu foi a Agropecuária. Mas com 3,5 do PIB do estado o impacto ainda é baixo. “A aposta estratégica do Governo é no turismo, com serviços que possam segurar o turista no estado”.
O economista Célio Fernando avalia que o resultado pode ser comemorado. “O número aponta crescimento na economia local”. O principal fator que ele aponta é a ação de investimentos públicos do Estado, em 2014, somada a forca de investimento no Pecém.
Para esse ano ele prefere aguardar para avaliar, pois o primeiro trimestre foi difícil, segundo ele. “Temos que ver como os cortes lineares na economia nacional vão impactar no Ceará”. O economista acredita que a estimativa de 2,5% para 2015 é coerente, mas ainda é cedo para qualquer afirmação concreta.
Setores
O setor Agropecuário foi o que mais expandiu em 2014 no Estado, com 65,07%, quando considerada a taxa de crescimento do valor adicionado. “Tivemos pouca chuvas, mas no momento e na hora certa”, informa Cristina Lima, analista do setor agropecuário do Ipece.
De 2013 para 2014 houve um crescimento de 115,7% na produção de grãos. Sendo os principais influenciadores o milho e o feijão.
Já o arroz foi prejudicado pela falta de irrigação. “Houve um desestimulo para o plantio”, diz Cristina. A produção de frutas se manteve estável. Entre as quedas está a castanha do caju, produto que teve que ser importada do Rio Grande do Norte para abastecer a indústria local.
Indústria
Já a indústria registrou queda de 1,87% acompanhando o cenário nacional. Os principais segmentos responsáveis pela queda foram o têxtil, bebidas e calçados. Entre os que cresceram o de alimentos e confecção. “Ajustes estão sendo feitos e 2015 não será tão bom. O alivio pode vir do câmbio que facilita a exportação e dificulta a entrada do bem importado”, analisa Witalo Paiva, analista do setor de indústria do Ipece.
Os setores e as atividades ligadas ao serviço tiveram taxa de crescimento de 3,59%. “Estamos satisfeitos, pois tivemos crescimentos em relação ao índice Brasil”, declara Alexsandre Cavalcante, analista do setor de serviços do Ipece. Em relação a 2015, ele acredita que as estratégias do empresariado local serão decisivas para manter o crescimento acima da média nacional.
Fonte: O Povo