IPCA - Fortaleza registra maior inflação mensal desde julho de 1995
O IPCA da capital cearense (1,57%) também ficou acima da média nacional (1,32%)
Os reajustes das mensalidades escolares e da energia elétrica residencial, que subiu 25,81%, puxaram a inflação de Fortaleza medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês de março. A variação de 1,57%, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi a maior desde julho de 1995, quando atingiu 1,82%.
O índice da capital cearense é o quarto mais alto entre as cidades pesquisadas e também supera a média nacional que foi de 1,32%. No caso do Brasil, a inflação de março é a maior desde fevereiro de 2003, quando atingiu 1,57%, e a mais elevada desde 1995, considerando apenas o mês de março.
Em 12 meses, o IPCA, em Fortaleza, acumula alta de 8,29%, percentual bem acima do teto da meta de inflação estabelecida pelo Banco Central (BC), de 6,5%. Em Fortaleza e em quase todo o país, mais da metade do índice de março ficou na conta da energia elétrica, cujo aumento médio de 22,08% gerou 0,71 ponto percentual (p.p.) de impacto, o mais expressivo do mês, representando 53,79% do IPCA.
O IBGE explica que com a entrada em vigor, a partir de 2 de março da revisão das tarifas aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica ocorreram aumentos extras, para cobrir custos das concessionárias com a compra de energia.
Na mesma data, houve reajuste de 83,33% sobre o valor da bandeira tarifária vigente, a vermelha, passando de R$ 3 para R$5,50. À exceção de Recife, que apresentou variação de 0,65% em razão de redução de impostos, as demais regiões pesquisadas tiveram aumentos significativos na energia.
O aumento da energia residencial de Fortaleza é o quinto maior do país, com reajuste extraordinário de 8,91%. sem falar nos tributos do Programa de Integração Social e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (PIS/COFINS). Em março, segundo a Companhia Energética do Ceará (Coelce), a alíquota média foi de 6,53%, alta de 3,16 p.p em relação a fevereiro.
Eleições
O analista de políticas públicas do Instituto de Pesquisa e Estratégia do Ceará (Ipece), Daniel Cirilo Suliano, diz que a energia elétrica foi responsável por mais de 50% do aumento da inflação de Fortaleza. Além da energia, a gasolina também pesou com elevações de 2,03% no mês, 6,12% no ano e 22,43%.
Os preços dos alimentos também impactaram. Destaques para refeição fora de casa, que subiu quase 2% e lanche (3,63%). Segundo Suliano, a expectativa de mercado é que os preços sigam ainda tendência de alta, em razão dos repasses na cadeia produtiva de diversos setores que utilizam energia (indústria) e combustível (fretes).
“Além disso, a desvalorização cambial tem pressionado o preço de outros produtos, como o trigo, matéria-prima de muitos alimentos do consumidor de Fortaleza, ou mesmo da castanha de caju, que torna ainda mais atrativo ser exportada do que ser vendida internamente, puxando seu preço para cima já que a mesma é comercializada em dólar”, observa Suliano.
SERVIÇO
Veja os números da Pesquisa sobre taxa de inflação
Onde: http://bit.ly/1FjhUED
Fonte: O Povo