Investigações. Recondução de Rodrigo Janot se mistura à pauta da crise política
Diante da possibilidade crescente de membros seus, incluindo as cúpulas, sofrerem com as investigações da Operação Lava Jato, Senado e Câmara estudam formas de impedir a recondução do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao cargo em 17 de setembro.
O subprocurador ficou em primeiro lugar na lista tríplice, votada na semana passada. Ele deve ser indicado pela presidente Dilma para continuar na chefia do Ministério Público Federal (MPF).
Desde que apresentou uma relação com nomes de mais de 40 parlamentares supostamente envolvidos em casos de corrupção, ele ganhou a antipatia de parte dos congressistas. Para ser reconduzido, Janot precisa da aprovação do Senado. O presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB), cujo nome estaria na lista de Janot, cogita adiar a decisão. Já na Câmara, há uma proposta que tenta impedir a reeleição de procuradores-gerais.
“Não adianta acharem que vão escapar tirando o Janot. Quem entrar não vai querer desmoralizar a categoria. O MP é bem independente”, opina o cientista político Valeriano Costa.
Por enquanto, a saída tem sido o afago aos que podem representar uma ameaça. Na última quinta, dia 6, deputados aprovaram a proposta que prevê aumento expressivo nos salários de policiais federais e civis e advogados da União. Segundo especialistas, o enfraquecimento do Executivo abre portas para o levante dos outros dois poderes. A força do Legislativo pode padecer diante de denúncias e acabar esmagada pelo Judiciário.
Fonte: O Povo