Importações caem mais, e comércio exterior tem saldo de R$ 2,76 bi
A retração das importações brasileiras se intensificou em maio, com a fraca atividade econômica e a queda da cotação do petróleo no mercado internacional. Com menos produtos importados, o país fechou o mês com superavit comercial de US$ 2,761 bilhões –o mais alto deste ano.
Em 2015, no entanto, o Brasil ainda acumula um deficit de US$ 2,305 bilhões, como resultado dos saldos negativos acumulados nos dois primeiros meses de 2015.
No mês passado, as importações caíram 26,6% ante maio de 2014 e somaram US$ 14 bilhões. No ano, a queda acumulada é de 18%, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) divulgados nesta segunda (1º).
Todos os segmentos de produtos importados tiveram queda no mês, com destaque para combustíveis e lubrificantes (-44%), bens intermediários (-25%) e máquinas e equipamentos (-24%).
No caso do petróleo, o recuo do valor importado está sendo influenciado principalmente pelo preço, que despencou mais de 50% no ano. De uma maneira geral, no entanto, a demanda do país por produtos importados tem se retraído com a estagnação econômica e a alta do dólar.
EXPORTAÇÕES
As exportações tiveram retração de 15,2% em maio e totalizaram US$ 16,769 bilhões. A queda reflete o recuo nas cotações dos principais produtos básicos vendidos pelo país, como minério de ferro e soja. Também há o efeito da queda na demanda de parceiros comerciais importantes, como a Argentina.
O volume de exportações de soja, por exemplo, foi recorde em maio, mas os preços seguiram em queda ante igual mês de 2014, resultando em um recuo na receita.
Herlon Brandão, diretor do departamento de estatística e apoio à exportação do ministério, disse esperar volumes ainda robustos, mas decrescentes nos embarques de soja ao longo do ano.
Brandão afirmou, ainda, que o deficit comercial no ano deve continuar a se reduzir, mas que ainda não é possível prever se a balança fechará o ano com superavit.
Em 2014, o país registrou um deficit comercial de US$ 3,93 bilhões, o primeiro saldo negativo desde 2000.
Fonte: Folha de S. Paulo