IINICIADA CONSTRUÇÃO DO DATA CENTER - Angola Cables atrai consórcio de pesquisa dos EUA para o CE
Além do consórcio AmLight, também se instalará no local a Rede Nacional de Pesquisa (RNP)
Com obras iniciadas ontem em Fortaleza, o data center da Angola Cables, juntamente com a conexão de dois cabos de fibra ótica (Monet e Sacs) na Capital, serão responsáveis pela atração de diversos investimentos. Um deles foi revelado ontem pelo CEO da multinacional, António Nunes. Será o Americas Lightpath (AmLight), consórcio provedor de conectividade entre as instituições de ensino e pesquisa dos Estados Unidos, que irá se instalar dentro do data center, a partir de parceria já firmada com a Angola Cables.
"Nós vendemos serviços de armazenagem e conectividade. Eles vão utilizar esse serviço. Eles precisam disso para interligar os pontos deles de investigação científica", afirmou ele. Questionado sobre o valor a ser investido pelo consórcio, Nunes afirmou que essa "é uma informação confidencial".
Segundo ele, também irá se instalar no data center a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), organização social vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). A RNP foi uma das principais responsáveis por introduzir a Internet no Brasil e tem uma rede óptica acadêmica usada por mais de 1,5 mil campi e unidades nas capitais e no interior para troca de dados e informações em âmbito global.
Centro de armazenamento
O data center, centro de processamento e armazenamento de dados da Angola Cables, começou a ser construído ontem, na Av. Trajano de Medeiros, 1851, no bairro Praia do Futuro. Participaram da cerimônia o governador Camilo Santana, o vice-prefeito de Fortaleza, Moroni Torgan, além de secretários do Município e do Estado. A obra será concluída até março de 2018. O investimento na construção e na aquisição de equipamentos é da ordem de US$ 30 milhões.
"Em um momento tão difícil da economia do Brasil, investimentos desse porte e desse nível representam muito para Fortaleza. São pessoas que acreditam no potencial de Fortaleza de se tornar um grande centro de conexões de telecomunicações da América Latina", destacou o governador Camilo Santana.
Cabos
O data center terá 260 metros quadrados (m²) de área de tecnologia da informação (TI), que poderá ser expandido para até 3 mil m², a depender da demanda do mercado. Além do data center, os aportes da Angola Cables em solo cearense compreendem os cabos de fibra ótica submarinos Monet e Sacs e duas estações para abrigá-los na Capital. Tudo isso representa um aporte de US$ 300 milhões. Esse é o primeiro grande investimento dentro da área que é projetado pela Prefeitura como Polo Tecnológico e Criativo de Fortaleza.
O Monet, já instalado, interliga a capital cearense a Santos (São Paulo) e Miami (Estados Unidos). O cabo também conta com aportes da Antel (Uruguai), Algar Telecom (Brasil) e Google e entrará em operação no fim de 2017. Já o Sacs (South Atlantic Cable System) irá conectar Fortaleza a Luanda (Angola). O cabo começará a ser construído no dia 9 de agosto e entrará em operação em março de 2018, juntamente com o data center.
Com as instalações da Angola Cables concluídas, empresas de todo o mundo poderão armazenar seus dados e transmiti-los diretamente da Capital cearense para fora do País. "Uma empresa que produz softwares poderá vendê-los dentro de uma cloud (nuvem), a partir daqui, para países que tem conectividade nossa, com ligação direta e baixa latência. O tempo de resposta do software será muito eficiente", exemplifica António Nunes.
Impactos
A Angola Cables prevê que suas instalações e a de várias empresas sejam responsáveis por um incremento de R$ 1,2 bilhão no Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará em 2055. Além disso, o secretário da secretario da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará (Secitece), Inácio Arruda, acrescenta os efeitos sobre a formação de mão de obra. "O Ceará tem mais de 4 mil estudantes na gradação na área de TI. A oferta desses cursos deverá ser ampliada", destaca.
Fonte: Diário do Nordeste