Governo envia proposta que altera superavit primário de 2016
O governo decidiu reduzir a meta de superavit primário de 2016 para R$ 43,834 bilhões para o conjunto do setor público (União, estados e municípios). O número, que equivale a 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB), é 65% inferior aos R$ 126,731 bilhões previstos inicialmente pelo Executivo no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), enviado ao Congresso Nacional em abril (PLN 1/15).
O novo valor consta em um ofício encaminhado pelo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, à Comissão Mista de Orçamento, nesta quarta-feira (5). Segundo o texto, a redução da meta do próximo ano “decorre de mudanças ocorridas no cenário econômico desde a elaboração do projeto da LDO”.
Meta central
Segundo a nova redação proposta pelo governo, a meta do governo federal cai de R$ 104,553 bilhões para R$ 34,441 bilhões, uma diferença de 67%. A participação dos estados e municípios na poupança fiscal sai de R$ 22,178 bilhões para R$ 9,393 bilhões – uma redução de quase 58%. No caso das estatais, não houve mudança: elas não estão obrigadas a obter superávit em 2016.
O texto do Executivo mantém o compromisso do governo de compensar a meta quando ela não for atingida pelas estatais, ou estados e municípios.
Relatório
Os novos valores serão analisados agora pelo relator do projeto da LDO, deputado Ricardo Teobaldo (PTB-PE). Ele não é obrigado a acolher a proposta do governo, mas se optar pelos novos números, deve apresentar um adendo mudando a redação do parecer final que ele entregou em julho.
O parecer manteve, na íntegra, a proposta inicial do Executivo, de superavit primário de R$ 126,731 bilhões para o setor público consolidado.
Superavit de 2015
No final de julho, o governo anunciou a mudança na meta de superavit primário de 2015, que passou de R$ 66,3 bilhões para o conjunto do setor público (e R$ 55,3 bilhões somente para o governo federal) para R$ 8,7 bilhões (e R$ 5,8 bilhões para o governo federal).
A alteração está prevista no Projeto de Lei do Congresso (PLN) 5/15, que tramita na Comissão de Orçamento e ainda não tem prazo, e acordo, para votação. No dia do anúncio dos novos valores, os ministros Nelson Barbosa e Joaquim Levy (Fazenda) anteciparam que a meta de 2016 também teria que sofrer mudanças.
Novos parâmetros
O documento enviado à comissão também modifica os parâmetros econômicos esperados pelo Executivo e inscritos no anexo de metas fiscais da LDO. A previsão de crescimento da economia, em 2016, sai de 1,3%, proposto no projeto original, para 0,5%. Para 2017 e 2018, as novas projeções são de, respectivamente, 18% e 2,1%.
Em relação à dívida bruta do governo geral, principal indicador do endividamento do estado brasileiro, o governo reconheceu um forte acréscimo. Para 2016, a projeção é de 66,4% do PIB. No projeto em tramitação na Comissão de Orçamento, a previsão inicial era fechar 2016 com a dívida bruta em 61,9% do PIB.
Fonte: Agência Câmara de Notícias