GOVERNADOR LICENCIADO - Cid dará tempo integral à campanha
Ontem, o governador relacionava alguns dos municípios que visitará alternando com eventos na Capital cearense
O governador Cid Gomes revelou que irá priorizar os municípios de médio porte espalhados pelo Interior e também concentrará esforços na Região Metropolitana de Fortaleza, além da própria Capital, na realização de atividades em prol do candidato Camilo Santana (PT). Ele se afastou ontem do Governo para se dedicar às campanha. O presidente do Tribunal de Justiça, Desembargador Gerardo Brígido, é governador até o dia da eleição.
Em visita ao Sistema Verdes Mares, manhã passada, o governador explicou que estará mais presente nas localidades em que Camilo Santana (PT) apresenta pouca ou nenhuma vantagem em relação à candidatura de Eunício Oliveira (PMDB). De acordo com Cid Gomes, a Região Metropolitana e a Capital ainda são os pontos do Estado de menor aceitação do petista.
"Claramente hoje, as pesquisas mostram isso. O Camilo já ganha no Interior do Estado. O Camilo tem uma desvantagem na Região Metropolitana e hoje está mais ou menos empate em Fortaleza. Naturalmente, a gente tem que ampliar nossa vantagem no Interior. Ao longo do dia, eu vou trabalhar da forma que for possível em Fortaleza e na Região Metropolitana", disse.
Cid Gomes ressaltou, no entanto, que também irá todos os dias em pelo menos um Município do Interior para participar de atividades de campanha. O governador esclareceu que Camilo Santana precisa ampliar a vantagem sobre a candidatura de Eunício Oliveira principalmente nas cidades de médio porte.
Focar
"Nas grandes cidades do Interior, a diferença do Camilo é maior ainda. A rigor, se você quiser reforçar onde o Camilo não tem tanta vantagem, são nas cidades de médio porte. Então, é nessas cidades onde eu vou focar, mas principalmente a Região Metropolitana de Fortaleza e a própria Capital", explicou.
O governador evitou afirmar se a decisão de afastamento já estava programada desde o início da campanha, mas reconheceu que as pesquisas pesaram na sua decisão em deixar o Executivo para se dedicar exclusivamente a atos em apoio a Camilo Santana. Cid Gomes disse que sua atitude também serviria como exemplo para os demais militantes sobre a importância de intensificar o trabalho nesta semana.
Cid justificou também que a campanha eleitoral representa a maior preocupação do Estado, nesta semana, por se tratar da reta final para decidir quem irá gerir o futuro do Ceará durante os próximos quatro anos.
"Eu temo muito que o Ceará possa ter, ao longo dos próximos quatro anos, um mau Governo. Em nome dessa preocupação e da responsabilidade que eu tenho com o povo cearense, eu vou me dedicar a aquilo que eu acho mais importante nesta semana, que é dizer para as pessoas a minha opinião, as informações que eu tenho. Eu convivi, ao longo desses anos, muito com os dois principais candidatos ao Governo do Estado e sei que o melhor candidato, aquele que está mais preparado, aquele que está na vida pública para servir e não para se tornar milionário é o Camilo", defendeu o governador.
Máquina
O afastamento, segundo Cid Gomes, ainda evita que ele venha a ser questionado se não estaria se aproveitando da máquina pública para beneficiar o candidato Camilo Santana, além de ser uma oportunidade para um magistrado assumir a chefia do Poder Executivo.
"Para que depois também não haja nenhuma acusação de que foi utilizada a máquina e tal. Então, acho que é muito mais legítimo meu envolvimento na campanha sem estar oficialmente como governador do que, como governador, estar faltando tempo no governo para trabalhar na campanha. Mas estamos tratando dos próximos quatro anos e quatro anos não são quatro dias", frisou.
Questionado se a licença pode se estender na possibilidade de segundo turno, Cid Gomes apenas respondeu que será feita uma nova avaliação antes de assegurar qualquer posicionamento. "Será outra avaliação. Cada coisa a seu tempo. Agora, é hora de a gente se esforçar, trabalhar para que o Camilo possa ser mais conhecido, para que suas propostas possam ser melhor apresentadas", esclareceu.
O governador ainda reconheceu que um posicionamento mais claro de Dilma Rousseff em relação ao pleito poderia ter tornado uma possível eleição de Camilo Santana mais fácil, mas disse ter compreendido a decisão da presidente.
Fonte: Jornal Diário do Nordeste