Pular para o conteúdo principal

Publicado em: 04/12/2015

[FONACATE NA MÍDIA]» Se reajuste for adiado, servidor para

Notícia de que governo pretende pagar parcela prevista para agosto de 2016 somente em dezembro, mobiliza trabalhadores

Qualquer mudança nas datas previstas para o início do pagamento dos reajustes salariais dos servidores públicos federais (estabelecido para agosto de 2016) vai desencadear uma onda de paralisações, que poderá ser ainda mais forte que a registrada em 2012, a maior da história do funcionalismo. A possibilidade de a equipe econômica adiar para dezembro o repasse do recursos aos contracheques - para reduzir os gastos e cumprir a meta de superavit primário de 0,7% do PIB -, desagradou tanto as carreiras da base quanto aos servidores de elite.

Roberto Mota, presidente da União dos Advogados Públicos Federais do Brasil (Unafe), ficou apreensivo. Está marcada para amanhã a assinatura do acordo específico para a carreira - 21,3% de aumento, em quatro anos, os mesmos 5,5% e 5% até janeiro de 2017, mais 4,75%, em janeiro de 2018, e 4,5, em janeiro de 2019.

"Acho estranho não ter havido qualquer manifestação do Ministério do Planejamento. Convencer a categoria para o acerto que está aí já foi um processo traumático. Chegamos a tentar até antecipar o início do pagamento para abril, sem sucesso. Se houver qualquer imposição sobre dezembro, a categoria vai ter que avaliar, mas não descarto uma greve geral", disse Mota.

A campanha salarial de 2015 se arrasta desde maio, quando o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa recebeu as lideranças sindicais dos servidores, que, a época, pediam reajuste de 27,3%, em 2016. Em agosto, o governo acenou com 21,3%, em três parcelas. Os servidores, principalmente os da base da Condsef, inseguros, exigiram a redução do prazo para dois anos, temendo acumular perdas maiores do poder aquisitivo. Depois de muitos protestos e reuniões, em 29 de setembro, o acordo de 10,8%, pago em duas vezes, até janeiro de 2017 foi fechado.

AGU

Servidores administrativos da Advocacia-Geral da União (AGU) promoveram um Dia Nacional de Luta, em todo o país, em busca de informações sobre o plano específico de carreira para os servidores do órgão. Em Brasília, se reuniram em frente ao Ministério do Planejamento, mas depois de encontro com o secretário de Relações do Trabalho da pasta, Sérgio Mendonça, descobriram que o acordo ainda não foi fechado.

 Descontentamento na elite

Os rumores de que a equipe econômica da presidente Dilma Rousseff, por sugestão de técnicos do Legislativo, vai editar uma medida provisória mudando a data prevista de vigência do reajuste dos servidores, de agosto para dezembro de 2016, reacendeu a insatisfação da elite do funcionalismo, sentimento adormecido até o momento.

“Isso não é estratégia. É uma bagunça. Todos já sabiam, desde o início do ano, que as contas públicas ficariam nessa situação. Havia, portanto, tempo para planejamento. Diante dos boatos, vamos reunir as carreiras e partir para cima do governo, o que não fizemos ao longo de 2015 por uma compreensão da situação de crise do país. Mas esse governo trabalha contra si”, indignou-se Rudinei Marques, presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate). A entidade representa mais de 180 mil servidores públicos que desempenham atribuições ligadas à segurança pública, fiscalização e controle, arrecadação e tributação, e desenvolvimento econômicosocial.  

Marques lembrou que, em 2007, o governo admitiu não ter recursos para grandes recomposições. “Não nos satisfez, mas não enrolou. Seria mais honesto, agora, que o Executivo indicasse qualquer que fosse o caminho, mas sem fazer os servidores de bobo”, disse. Em junho, o Fonacate chegou a emitir nota pública manifestando inconformidade com a proposta de correção salarial de 21,3%, escalonada em quatro anos. Depois disso, não foram chamadas para a assinatura de acordos.

As carreiras típicas de Estado, a partir de 2007, começaram a subir o tom. Em 2012, os “sanguesazuis”, como definiu à época a presidente Dilma Rousseff, voltaram às ruas e foram os principais responsáveis por inflar a maior greve geral da história do funcionalismo.

Fonte: Fonacate