Pular para o conteúdo principal

Publicado em: 08/12/2015

Categoria

EM 2015 - Varejo do Ceará fechou 247 estabelecimentos

Número representa1,5% dos pontos comerciais do Estado que possuem vínculo empregatício. Dados são da CNC

O momento delicado da economia brasileira tem atingido em cheio o comércio nacional, que já registra o pior momento de vendas dos últimos 15 anos. Com a inflação elevada e o poder aquisitivo das famílias reduzido, muitos deixam de comprar ou reduzem drasticamente seus gastos, desencadeando assim resultados ruins para o setor e um consequente fechamento de estabelecimentos. No Ceará, por exemplo, 247 pontos comerciais com vínculo empregatício foram fechados entre janeiro e outubro de 2015, o que representa 1,5% do total do Estado.

As informações são de um levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que foi divulgado ontem e tem como base os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. Conforme a pesquisa, houve queda de 9,1% no número de estabelecimentos comerciais com vínculo empregatício no Brasil - desempenho inédito em mais de uma década desse indicador, historicamente associado ao comportamento das vendas no varejo.

Segundo o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Fortaleza, Severino Ramalho Neto, apesar da média de fechamento de estabelecimentos comerciais do Ceará ser menor do que a do País, isso não quer dizer que a situação do Estado esteja melhor. "A dificuldade existe, já que as contas estão difíceis de fechar. O ticket médio caiu e a inflação pressiona os preços dos produtos. Assim, temos que trabalhar muito para conseguir deixar os estoques atraentes aos consumidores".

Ainda para Severino Neto, o fechamento de 247 pontos comerciais no Ceará não mostra, de fato, um cenário ruim. "É um número unilateral, que não revela quantos estabelecimentos abriram. Além disso, uma redução de 1,5% não pode ser considerada retração, mas uma estabilidade. Óbvio que isso não é bom, mas, em um cenário de instabilidade, também não é ruim", comenta. O presidente da CDL também disse que é cedo para projetar o desempenho do varejo nas compras de Natal, mas afirmou que não é provável que a data supere o bom desempenho do setor na Black Friday.

Números reais

Em termos absolutos, o varejo perdeu 64,5 mil estabelecimentos no Brasil ao longo de 2015. O segmento de hiper e supermercados, responsável por 32,6% das lojas em operação, liderou a queda, com a extinção de 15,5 mil pontos de vendas. Em seguida, vieram os segmentos de vestuário (-9,7 mil) e de materiais de construção (-9,5 mil).

O Nordeste em geral fechou 4.843 estabelecimentos entre janeiro e outubro deste ano, sendo, portanto, a terceira região que mais perdeu pontos de venda - Sudeste (-37.359) e Sul (-17.359) lideraram. Ainda na análise nordestina, apenas um dos nove estados apresentou evolução no período, tendo em vista que a Paraíba abriu 40 estabelecimentos. Por outro lado, Bahia (-1.617), Pernambuco (-1.172) e Rio Grande do Norte (-624) lideraram as quedas, seguidos por Alagoas, com 470 pontos de venda a menos.

Fonte: Diário do Nordeste