Economia pujante atrai empresa para o Ceará
24/02/2014.
O bom desempenho da economia cearense nos últimos anos, com resultados do seu Produto Interno Bruto (PIB), invariavelmente, acima da média nacional, tem atraído uma série de grandes empresas para o Estado. Um boa prova disso foi a inauguração da Mega Máquinas, loja da divisão de construção da norte-americana John Deere, que pretende ganhar cerca de 15% do mercado deste tipo de equipamento até o fim deste ano. Como, atualmente, estão em operação, no Ceará, em torno de 800 equipamentos deste tipo, a empresa pretende comercializar 120 deles até o fim de dezembro. Cada máquina custa, em média, algo em torno de R$ 300 mil. A meta significa a comercialização de R$ 360 milhões.
De acordo com o gerente nacional da Divisão de Construção da John Deere, Roberto Marques, o governo federal tem trabalhado no sentido de crescer as regiões Norte e Nordeste, melhorando a malha viária, visando escoar a produção agrícola da região Centro-Oeste, pelos portos Nordestinos, notadamente Pecém (CE) e Suape (PE). “O desenvolvimento dos portos nordestinos tem sido muito importante e o Ceará está em uma posição geográfica estratégica, com um curto tempo de navegação dos mercados consumidores americano, europeu e, até mesmo, da Ásia. Por isso, acreditamos que todo o desenvolvimento que irá ocorrer na região será primordial e estamos reforçando nossa participação por aqui”, explicou.
Ele revelou, ainda, que a tradicional fabricante de máquinas agrícolas e de construção - com mais de 100 anos de mercado -, iniciou uma observação dos resultados do Ceará, Pernambuco e Bahia, verificando serem bons e, por isso, decidiu investir aqui. “Junto com a loja de Recife, a de Fortaleza veio para atender a este mercado pujante do Nordeste. Deveremos inaugurar uma em Salvador, entre março e abril e, até o fim do ano será a vez de São Luís (MA)”, disse. A John Deere já investiu, nos últimos 18 meses, US$ 180 milhões no Brasil, com a instalação de duas fábricas em Indaiatuba (SP), que produzem máquinas para construção civil. A linha agrícola é mais antiga, com três unidades, sendo duas no Rio Grande do Sul e uma em Goiás.
ESTRATÉGIA
Roberto Marques lembrou que o Banco John Deere está financiando a aquisição de máquinas para construção, que não tem limite de crédito, dependendo da análise de crédito do cliente. E isto é importante para atender à necessidade de crédito, nos próximos anos, e um apoio fundamental para o setor comercial. “Até iniciarmos a fabricação no Brasil, no último dia 11, tivemos de importar de nossas fábricas nos Estados Unidos. Mesmo assim, oferecemos taxas aos nossos clientes equivalentes às do Finame. Agora, com a produção nacional, poderemos vender nossos 11 modelos de escavadeiras, pás-carregadeiras e retroescavadeiras com financiamento direto do Finame. E todas as máquinas aqui fabricadas têm o mesmo padrão de qualidade de nossas unidades fabris nos Estados Unidos, China e Índia. Nosso maior desafio foi conseguir fornecedores com o padrão de excelência exigido pela John Deere, mas deu tudo certo”, completou o executivo.
COMODIDADE
Já para Marcelo Traldi, diretor de operações da Mega Máquinas, a chegada do Grupo Veneza – que tem concessionárias de automóveis, caminhões e máquinas na região Nordeste e em São Paulo, além de atuar no segmento de ônibus e transportadora -, visa dar maior comodidade e confiabilidade aos clientes, com a oferta de assistência técnica e estoque de peças mais perto, para atender às suas necessidades. “E isso reflete-se, também, na lucratividade deles, que podem cumprir seus contratos com maior tranquilidade. Estamos investindo, entre 2012 e 2016, cerca de R$ 55 milhões na marca John Deere, nos segmentos agrícola e de construção. Projetamos chegar ao fim deste ano com 15% do mercado de máquinas de construção, aqui no Ceará. É agressivo, mas plenamente possível”, ressaltou.
O gerente regional da Mega Máquinas, Igor Ribeiro, responsável pelas equipes de vendas nos estados do Ceará, Piauí e Maranhão, até a inauguração da loja de São Luís, afirmou que o foco de sua atuação é na assistência técnica e fornecimento de peças. Ele diz que o pós-venda é algo fundamental, pois uma hora de máquina parada, traz muitos prejuízos. “Não é só o prejuízo dela, pois para também o caminhão que está transportando o material e, inclusive, pode paralisar toda a obra. Então, essa é a nossa preocupação maior, atender ao cliente e solucionar os problemas que, porventura, possam surgir, no menor espaço de tempo possível. Estamos trabalhando forte, no sentido de conquistarmos 15% do mercado cearense de máquinas de construção, este ano”, completou.
Fonte: Jornal O Estado