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Publicado em: 17/12/2015

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DIZ PRESIDENTE DA TAM - Hub: insegurança jurídica adia escolha

A falta de segurança jurídica que garanta que os aeroportos vão suprir as necessidades da companhia aérea foi o principal motivo para o adiamento da decisão sobre a instalação do hub da TAM no Nordeste, afirmou a presidente da companhia, Cláudia Sender, em entrevista concedida à Folha de São Paulo. Segundo ela, enquanto a empresa não tiver segurança de onde o centro de conexões pode ter mais qualidade de implantação, a escolha não pode ser definida.

"Fortaleza está em processo de concessão, e não sabemos qual o formato dessa concessão, que participação terá a Infraero e que poder de investimento terá quem assumir essa concessão. Em Recife, estamos trabalhando com a Infraero para desenvolver um novo modelo, que não existe hoje, de ter um terminal privado dentro de um aeroporto operado pela Infraero. E Natal ainda tem todos os desafios logísticos do próprio aeroporto e o plano de investimento", disse Cláudia, comparando o estágio de cada uma das capitais que estão na disputa pelo hub.

Mesmo com o adiamento da escolha, a presidente da TAM reforçou a importância desse investimento para a companhia e para alavancar o turismo no País. "O hub do Nordeste é um investimento estratégico muito importante, que tem que acontecer. Pode começar um pouco mais lento, mas precisa começar, até para aprendermos a operar na região. (...) O potencial de turismo que o Brasil tem é subutilizado e o hub do Nordeste é supertransformacional, não só para mas para a companhia aérea, mas para a região", afirma.

Projetos alternativos

Para compensar o atraso com o hub, a TAM deve investir em projetos alternativos, adianta Cláudia, sem demonstrar, contudo, muito otimismo com as opções. "Estamos avaliando várias. Uma delas é o voo entre Guarulhos e Johannesburgo. Estamos olhando outras opções, não só na nossa operação do Brasil, o que é triste, porque estamos perdendo investimento no País", destaca.

A presidente da companhia adiantou que a frota aérea já estará disponível no fim do próximo ano, assim como foi programado pela empresa. "Vamos procurar projetos alternativos até que o hub passe a operar, mas estamos totalmente comprometidos de que isso vai acontecer", diz.

Aviação regional

Sobre os fatores que emperram o desenvolvimento da aviação regional no Brasil, Cláudia elege a infraestrutura como o principal deles, com implicações nos custos das operações. "Não adianta dar subsídio para que uma empresa voe para um aeroporto que fecha toda vez que há nevoeiro. Quando um voo é cancelado, é preciso dar hospedagem, remarcação de voo para os passageiros, continua pagando o leasing, continua pagando a remuneração variável que a tripulação teria nessa rota, mesmo sem ter tido a receita", detalha.

Outro problema, acrescenta, é a jornada dos aeronautas, cuja regulamentação foi definida há 39 anos e necessita de revisão. Atualmente, há uma discussão no Congresso para aumentar o número de folgas e reduzir a jornada de trabalho. "É um desafio entender que, num momento em que todo o Brasil procura flexibilizar a jornada, procura alternativas para manter emprego, trazer competitividade para as indústrias, queira-se aprovar uma lei para reduzir a jornada de trabalho", questiona.

Fonte: Diário do Nordeste