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Publicado em: 10/09/2013

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Desoneração do ICMS: Preço da rede de dormir pode cair até 10%

10/09/2013.

A redução no preço da rede vem embalada por decreto Estadual de desoneração da carga tributária do ICMS

Quem nunca tirou uma longa soneca após o almoço do fim de semana, em uma boa rede de dormir? Quem já experimentou sabe como é bom e quem ainda não teve a oportunidade, poderá fazê-lo de forma ainda mais confortável, nos próximos meses.

Os preços das redes de dormir ou "baladeiras", - como são popularmente conhecidas no Interior do Ceará, - podem cair entre 5% e 10%, já a partir de outubro. A redução vem "embalada" pelo Decreto Estadual nº 31.269, de 1ºde agosto deste ano, que determinou a redução das alíquotas de cobrança do ICMS de 17% para 7%, "para atacadistas, varejistas ou fabricantes de rede de dormir, que adquirirem rede ou pano de rede em outra unidade da Federação ou no exterior".

Sonho antigo

O novo decreto, que passou a valer no dia 1º deste mês, alterou também o decreto nº 28.443, reduzindo, ainda, de 8,5% para 3%, o ICMS cobrado pelo governo do Estado, por meio de substituição tributária, nas operações com tecidos e outros produtos de aviamentos. Em contrapartida, as empresas ou fábricas beneficiadas com a desoneração tributária assumem a responsabilidade pelo recolhimento do ICMS devido, nas operações subsequentes até o consumidor final, na qualidade de contribuinte substituto.

"Esse era um sonho antigo dos fabricantes de rede. Há uma década buscávamos isso", comemorou ontem, o presidente do Sindicato dos Fabricantes de Redes de Dormir do Ceará (Sindiredes), Aloísio Ramalho.

"Se com o decreto, os preços dos tecidos de algodão e de aviamentos também caírem, será possível os preços das redes serem reduzidos, no Ceará", garantiu. "A redução só vai depender do mercado, e pode chegar antes do fim do ano", acrescentou o empresário.

Invasão paraibana

Segundo ele, o mercado cearense vinha sendo "invadido" pelos fabricantes da Paraíba, que já estavam "tirando o sono" dos empresários locais do setor. "O consumo (de redes) caiu 30%, este ano, porque a Paraíba ´entrou de sola´ no mercado", declarou Ramalho. Essa medida, ressaltou, era necessária, tendo em vista que os paraibanos, segundo maior produtor de redes do Nordeste, vinham ganhando espaços até mesmo no Ceará, - maior fabricante e maior exportador de redes da região.

Produção

De acordo com Ramalho, o Ceará fabrica cerca de 200 mil redes de dormir, por mês, enquanto a Paraíba produz em torno de 100 mil unidades, mensalmente. Ele informa que o Ceará tem, atualmente, mais de 100 fabricantes registradas no Sindiredes, entre pequenos, médios e grandes, além de facções e fabriquetas informais, de fundo de quintal.

Somente no município de Jaguaruana - "berço" cearense da produção de redes - , são cerca de 80 fábricas. Fortaleza reúne outras 20, enquanto dezenas de tecelagens estão distribuídas nos municípios de Mucambo, Quixadá e na região do Cariri.

Exportação

Com a redução da alíquota do ICMS, ele acredita que o hábito de dormir em redes, prática comum entre nordestinos e nortistas, mas que já ganhou adeptos em várias Estados brasileiros e até em países da Europa, como França e Alemanha, tende a crescer. Conforme disse, do total produzido no Estado, 60% são exportados para os Estados do Norte e Nordeste e para a Europa.

"O restante é comercializado no próprio Estado", revela. Ainda segundo ele, o Ceará produz redes de todos os tipos e tamanhos, industriais e artesanais. Os preços na fábrica variam de R$ 20,00, às mais populares, entre R$ 40,00 e R$ 60,00 as medianas; e as artesanais, com varandas rendadas, R$ 200,00.

MPE do CE conquista prêmio

A 20º edição do Prêmio Destaque de Comércio Exterior 2013, promovido pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) e Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), premiaram a empresa cearense Redes Isaac na categoria Destaque Pequeno e Médio Exportador. A escolha ocorreu após o crescimento de 50% na receita de exportação da empresa, em comparação ao ano anterior. Segundo o supervisor de exportação da Redes Isaac, Igor Bedê, a empresa exporta cerca 50 mil unidades por ano. "Nossa receita geral fica entre R$ 2 e R$ 3 milhões", conta. Ele destaca que cerca de 98% do comércio da empresa é composto por países estrangeiros.

"Nossa carteira de clientes inclui empresas de quase toda a Europa, além dos Estados Unidos, Israel e Rússia".

Europa

O supervisor ressalta ainda que a retomada do crescimento da economia europeia contribuiu para o aumento do comércio da empresa cearense. "Nosso principal comprador são os países da Europa. Os produtos são fabricados de acordo com a solicitação de empresas do exterior e com a ascensão da Europa, a expectativa é que as nossas exportações aumentem ainda nos próximos anos". De acordo com Bedê, o crescimento em 2013 se deve também a inclusão de um novo cliente francês que ficou responsável por 45% de todas as vendas das empresa.

Mercado Nacional

Conforme Bedê, apesar de ser um produto da terra, a participação do mercado nacional nas vendas do produto ainda é muito baixo. "Como a maioria dos nossos clientes é oriundo da Europa, ainda estamos trabalhando com ações para inserir nossos produtos no Brasil", comenta.

Premiação

Atuando a 28 anos no mercado, a marca concorreu ao prêmio com outras 150 empresas do País. A premiação ocorreu no último dia 23 de agosto e buscou reconhecer empresas e iniciativas que se destacam como exportadoras que contribuem para o comércio externo brasileiro. A Redes Isaac integra o Projeto de Internacionalização das MPE desenvolvido pelo Sebrae Ceará.

 

CARLOS EUGÊNIO - REPÓRTER

 

Fonte: Diário do Nordeste