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Publicado em: 14/07/2015

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CRÉDITO CONSIGNADO - Governo amplia limite de empréstimos

De acordo com a MP publicada ontem, o limite que pode ser descontado da folha de pagamento passa de 30% para 35%. Mudança contraria a política adotada pelo Banco Central

O Governo Federal decidiu ampliar, de 30% para 35%, o limite do crédito consignado descontado da renda do trabalhador, aposentado ou pensionista. Do novo percentual, 5% deve ser destinado exclusivamente para o pagamento de despesas contraídas com o cartão de crédito. A mudança, prevista na Medida Provisória (MP) 681, foi assinada pelo vice-presidente Michel Temer e publicada ontem no Diário Oficia da União (DOU).

A ampliação do limite contraria a política adotada pelo Banco Central que, para conter a inflação, hoje em torno de 9%, vem restringindo o acesso ao crédito por meio da elevação da taxa básica de juros (Selic). Apesar disso, a ampliação de cinco pontos percentuais não deve ser suficiente para pressionar a inflação, segundo o economista e professor da Fa7 Ricardo Coimbra. “Acredito que o principal foco dessa medida seja o controle da inadimplência, principalmente entre os idosos”, ele diz.

De acordo com a Serasa Experian o grupo de inadimplentes idosos (com 61 anos ou mais) foi o que mais cresceu em maio deste ano, em relação a maio de 2014, passando de 11,8% para 12,2%. Além disso, o Indicador Serasa Experian de Perspectiva da Inadimplência do Consumidor projeta uma tendência de crescimento das taxas de inadimplência para os próximos dois trimestres. A medida deve dar algum alívio ao mercado de crédito do País.

“(A ampliação do limite) é uma medida de precaução que serve para sanear um pouco o sistema financeiro brasileiro, oxigenando os canais de crédito, porque hoje há um estrangulamento do crédito por causa da inadimplência”, diz o economista e professor da Unifor, Ricardo Eleutério.

Redução do custo dívida

Por terem as parcelas descontadas diretamente pelas empresas do salário dos funcionários ou dos benefícios de aposentados e pensionistas, a taxa de juros do crédito consignado é menor do que as de outras modalidades de empréstimo. Por isso, a possibilidade de destinar 5% exclusivamente para o pagamento de dívidas com o cartão, cujas taxas de juros estão entre as mais altas do mercado, o trabalhador terá a oportunidade de baratear o custo de sua dívida.

 “Em vez de pagar juros de mais de 300% ao ano, no rotativo do cartão de crédito, o trabalhador poderá reduzir essa dívida pagando cerca de 30% ao ano no consignado, o que pode ser um alívio para muita gente”, diz Coimbra. Assim, a ampliação do crédito consignado atende tanto a credores como devedores. “As elevadas taxas de juros do catão de crédito, muitas vezes, torna a dívida impagável”, diz Eleutério.

No crédito consignado, os valores cobrados variam de acordo com o perfil do cliente. Há linhas específicas para servidores públicos, aposentados e pensionistas do INSS, além de funcionários de empresas privadas que tenham convênio com o banco.

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Veja as taxas de juros de operações de crédito do Banco Central: http://bit.ly/1giuYKj

 

Fonte: Jornal O Povo